RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

english | español


 

 
Notícias RNP 
 

Convidados estrangeiros encerram 6° WRNP

Diretor geral da RNP fala em novo ciclo evolutivo das redes


Precedendo a abetura oficial do 23° Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores (SBRC) e encerrando o 6° Workshop RNP (WRNP), houve uma palestra sobre o projeto Planet Lab, uma plataforma computacional distribuída construída para dispor, avaliar e acessar serviços de rede em escala planetária. A palestra foi proferida por Timothy Roscoe, que trabalha no centro de pesquisas da Intel em Berkeley – Intel Research – desde 2002. A Intel é uma das parceiras do Planet Lab. O 6° Workshop RNP foi realizado em Fortaleza, Ceará, de 9 a 10 de maio.

Palestra de Timothy Roscoe

Na tarde do mesmo dia 10, Daí Daves, representante da organização Dante (Delivery of Advanced Technology to Europe) falou sobre a infra-estrutura de redes na Europa. A palestra de Daves versou, basicamente, sobre a rede pan-européia Géant, mas também apresentou dados sobre as vantagens financeiras relativas das redes ópticas, se comparadas aos modelos tradicionais de redes IP. Daves expressou sua admiração para com a comunidade que existe associada à RNP, algo que não é comum na Europa hoje em dia.

Esta comunidade esteve representada, em parte, na sessão P&D em aplicações, que abriu as atividades da tarde do dia 10. Participaram da sessão Walfredo Cirne (UFCG), Valdecir Becker (UFSC), Marcello Zuffo (Laboratório de Sistemas Integrados da USP) e Alexandre Kieling (Associação Brasileira de TVs Universitárias / Unisinos).

Palestra de Daí Davies

Cirne apresentou o OurGrid, um projeto da Universidade Federal de Campina Grande e da Hewlett-Packard, criado para estudar e desenvolver soluções de uso e gerenciamento de grades computacionais. O professor frisou que trata-se de uma iniciativa aberta e que, portanto, qualquer pessoa que precise usar recursos computacionais avançados tem acesso ao OurGrid.

O título da palestra de Valdecir Becker foi Inclusão digital através de serviços de saúde na TV digital interativa. Becker parte do fato de que os serviços públicos de saúde não atendem adequadamente aos cidadãos brasileiros para argumentar que parte do problema deve-se à falta de informação e sugerir que a inclusão digital pode ser parte da solução. Ele acredita que a tecnologia deva estar a serviço da sociedade e não que a sociedade deva estar a reboque da tecnologia. Neste sentido, ele acredita que o desenvolvimento da TV digital pode ser útil para a sociedade a partir do momento em que ela incorpore serviços que sirvam para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. A TV digital interativa agrega à televisão recursos hoje exclusivos da Internet. Com isso, será possível, por exemplo, montar um sistema de marcação de consultas ou realizar atividades de capacitação para agentes de saúde via TV, além de promover a educação para a saúde, disponibilizando informações e programas sobre questões de saúde.

Marcello Zuffo aposta no projeto Onconet, uma rede piloto de telemedicina em oncologia pediátrica. Foi sobre isso que ele falou no WRNP. O projeto envolve 11 instituições geograficamente dispersas pelo país, colaborando através da rede da RNP. Para isso, foi feita uma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia. O Onconet propiciará o uso da telemedicina para tratamento e registro do câncer infantil no país, alcançando também estados mais desfavorecidos, como Rondônia e Amazonas. A oncologia pediátrica foi escolhida para o piloto, mas o objetivo é estender o trabalho ao tratamento do câncer em adultos também. No momento, há 58 hospitais em 22 estados participando direta ou indiretamente do projeto. Zuffo encerrou a palestra avisando que a fase 2 do Onconet inclui a América Latina. Nisto, a Clara (Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas) será útil.

Por fim, Alexandre Kieling, diretor técnico da ABTU, fez uma palestra sobre o projeto Ritu (Rede de Intercâmbio das TVs Universitárias). A idéia é usar a rede de computadores para montar uma rede de TVs universitárias, possibilitando o intercâmbio de experiências, a troca de programas e a redução de custos. Kieling acredita que essa rede geraria uma grade de programação mais robusta e de melhor qualidade. A infra-estrutura de rede também seria usada para transmissão em tempo real, em formato digital. Já existe uma rede piloto de vídeo digital, com servidores instalados em alguns pontos de presença da RNP.

Perspectivas

O segundo dia do workshop também assistiu a uma palestra do diretor geral da RNP, Nelson Simões, que listou algumas aplicações consideradas chaves, como as ligadas à educação a distância, aos temas de interesse estratégico nacional (monitoramento da Amazônia brasileira, por exemplo), à área de saúde, ao armazenamento, geração e distribuição de conteúdos culturais e a todos os campos do saber que necessitam de grande capacidade de rede, como biotecnologia, astronomia, física de altas energias e outras.

Palestra de Nelson Simões

Simões disse que a rede acadêmica brasileira está passando por um novo ciclo evolutivo, do qual fazem parte as redes comunitárias (objeto do projeto Redecomep – Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa), a implantação da Iniciativa Óptica Nacional (que envolve projetos experimentais como o Giga e a construção de backbones de produção de bases ópticas, como a rede de nova geração da RNP) e a real integração das instituições fim-a-fim, isto é, a garantia de que a conexão será eficiente não apenas ao nível de backbone, mas também de redes de campi.

Neste sentido, Simões vê boas perspectivas surgidas com a iniciativa Rede-Conhecimento, do Ministério da Ciência e Tecnologia. Este programa engloba a criação de redes metropolitanas de alta capacidade (Redecomep), o upgrade no backbone nacional acadêmico, a ampliação da capacidade do Sistema Nacional de Processamento Digital (Sinapad) e o desenvolvimento e integração de conteúdos digitais.

O diretor da RNP destacou que, para que o Brasil continue evoluindo na área de redes, trazendo cada vez mais benefícios à ciência e à educação, é necessário formar profissionais habilitados a trabalhar com os novos paradigmas da Internet. Para isso, a RNP criou a Escola Superior de Redes, que pretende capacitar 3.000 profissionais da área de tecnologia da informação por ano. Unidades da Escola estão sendo montadas em seis estados, em parceria com instituições de educação e pesquisa como o Laboratório Nacional de Ciências da Computação e universidades federais.

Nelson Simões falou também sobre a conexão internacional de redes acadêmicas, como ocorre com a Rede Clara, e sobre o investimento que a RNP faz em projetos de pesquisa em parceria com instituições usuárias da rede, como ocorre com os grupos de trabalho da RNP.

[RNP, 13.05.2005]

Consulta em noticias

 


Veja também:

6º WRNP

site do workshop


Notícias relacionadas:

6º Workshop RNP começa com debate sobre P&D e apresentação de GTs

Debatedores clamam por projetos de longo prazo para o Brasil

[RNP, 10.05.2005]

Rede óptica da RNP, Redecomep e Clara são assuntos do segundo dia do WRNP

Novas iniciativas servirão de apoio à e-ciência

[RNP, 12.05.2005]

Internet acadêmica brasileira vai atingir novo patamar de velocidade

Enlaces de até 10 Gbps foram licitados no dia 13 de maio

[RNP, 17.05.2005]

Redecomep levará alta capacidade até as organizações usuárias

Meta é beneficiar todos os estados

[RNP, 18.05.2005]

Rede-Conhecimento dará novo impulso à pesquisa brasileira

Projeto do MCT prevê ação integrada para comunicação, computação e conteúdo

[RNP, 17.05.2005]