RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

english | español


 

 
Notícias RNP 
 

6º Workshop RNP começa com debate sobre P&D e apresentação de GTs

Debatedores clamam por projetos de longo prazo para o Brasil


O 6º Workshop RNP (WRNP) começou ontem, em Fortaleza. Às nove horas da manhã, o auditório já estava lotado (mais de 200 pessoas), com gente de todos os cantos do país. Quem não conseguiu vir ao Ceará, pôde acompanhar tudo pela Internet, com transmissão ao vivo.

As boas-vindas foram dadas pelo diretor de Inovação da RNP, Michael Stanton. Ele falou brevemente sobre a programação do workshop e sobre os projetos da RNP. Em seguida, Iara Machado, gerente de projetos da RNP, abriu a sessão de apresentações dos grupos de trabalho da RNP (GT-RNP). O primeiro ciclo de palestras ficou a cargo de José Augusto Suruagy Monteiro (GT Medições), Paulo Henrique Aguiar Rodrigues (GT VoIP) e Valter Roesler (GT Multicast).

Palestra de Aguiar, por videoconferência

A sensação desta primeira série foi a palestra de Aguiar, feita por videoconferência. Impossibilitado de comparecer ao evento por razões particulares, o coordenador do GT de voz sobre IP fez sua apresentação a partir do Rio de Janeiro, interagindo com a platéia normalmente. A qualidade de som e de imagem era perfeita, sem atrasos perceptíveis.

Aguiar falou das principais realizações do GT – como a criação de um ambiente heterogêneo, capaz de interagir com SIP e H323 – e dos novos desafios – como a sofisticação do controle de chamadas, para minimizar problemas decorrentes do congestionamento na rede. Lembrou também que o serviço de VoIP já está em uso na RNP, com a participação de algumas instituições em oito unidades da federação.

Durante o próprio WRNP, as equipes do GT de VoIP, do Serviço de Tecnologia da Informação da RNP (STI) e do ponto de presença da RNP no Ceará (PoP-CE) configuraram o serviço de telefonia IP da RNP, fone@RNP, para que todos os participantes do workshop possam usá-lo a partir de seus próprios quartos no hotel Marina Park, onde está sendo realizado o evento. Isto significa que as pessoas podem fazer ligações interurbanas sem pagar a tarifa de DDD, a partir de um ramal do hotel. Isso é possível porque o telefonema é feito usando a rede VoIP do serviço fone@RNP. Porém, esta facilidade está disponível apenas para Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, estados que possuem instituições participando do fone@RNP (saiba mais sobre este serviço em http://www.rnp.br/voip/).

“Projetos não têm continuidade no Brasil”

Debate sobre P&D

O painel Apoio a P&D em redes no Brasil – oportunidades, estratégias, visão de futuro mobilizou a platéia. Mediado por Michael Stanton, o debate reuniu os professores Guido Lemos (UFPB, Lavid) e Tereza Cristina M. B. Carvalho (USP, Tidia), e o pesquisador Sandro Rossi (CPqD, Projeto Giga). O tom da discussão foi dado por Guido Lemos, que lamentou o fato de os projetos no Brasil não terem continuidade.

“Se nós queremos nos nivelar internacionalmente, precisamos articular P&D e capacitação com objetivos de curto, médio e longo prazos. (...) A gente tem alguns projetos interessantes, de grande porte, mas em nenhum deles a gente consegue prever o que acontecerá lá na frente”, disse Guido.

Na opinião do professor, é preciso desenhar um programa coerente de P&D e de capacitação para que se consiga trabalhar em projetos de longo prazo, usando recursos disponíveis em fundos como o Funttel. “Falta definir um projeto nacional”, ressaltou.

Investimentos privados em P&D

Instigado pela palestra de Guido Lemos, alguém na platéia lembrou que é necessário fazer com que as empresas participem de projetos de P&D, para que sejamos menos dependentes de recursos públicos concedidos pelo governo. A professora Tereza Cristina replicou que até existem algumas companhias com recursos disponíveis para aplicar em P&D, mas que não encontram parceiros. Na opinião de Tereza, é preciso que as universidades brasileiras desenvolvam projetos de sucesso para ganharem credibilidade junto às empresas.

Público presente no primeiro dia do workshop RNP

Guido disse que as empresas estão começando a perceber que vale a pena investir no Brasil porque os pesquisadores brasileiros são competentes e “baratos”. No entanto, ele nota que o investimento é maior entre empresas multinacionais e que o empresariado brasileiro ainda é resistente ao investimento em P&D.

Da platéia, Lúcia Melo, ex-assessora da RNP, avisou que não podemos competir apenas em termos de custos dos pesquisadores, pois há outros países que podem oferecer isso também. Ela citou como exemplo a China, que tem pesquisadores “baratos” e tem recebido um grande volume de recursos para pesquisa e desenvolvimento. Na opinião de Lúcia Melo, “nós temos que ter mais projetos cooperativos e mais projetos de grande porte.”

Sandro Rossi é de opinião semelhante. Ele acredita que no Brasil há muitos projetos pontuais e que precisamos de projetos mais abrangentes.

Para concluir, Guido sugeriu que seja formulada uma estratégia para colocar em contato as empresas e as universidades, uma espécie de “roda de negócios”. Ele disse que normalmente as instituições de ensino e pesquisa procuram as empresas individualmente e vice-versa. É necessário que haja um momento em que vários pesquisadores, de várias instituições, e os homens de decisão de diversas empresas possam se reunir e trocar idéias, despertando o interesse por projetos de P&D. De um lado, possibilitando aos empresários conhecer o que se está pesquisando nos campi; de outro, possibilitando aos pesquisadores conhecer as reais necessidades e interesses das empresas no campo da pesquisa.

Mais GTs, Projeto Giga e Wi-Max

À tarde, concluíram-se as palestras dos grupos de trabalho da RNP, com apresentações dos professores Djamel H. Sadok (GT P2P), Oswaldo Carvalho (GT Middleware), Cláudio Fernando Resin Geyer (GT Grade Pervasiva) e Ricardo Felipe Custódio (GT Chaves Públicas).

Ney Castro, pela RNP, e Sandro Rossi, pelo CPqD, fizeram palestras sobre o Projeto Giga, iniciativa de rede óptica experimental administrada em conjunto pelas duas instituições. O primeiro abordou os subprojetos de P&D do Projeto Giga associados à RNP e, o segundo, falou sobre os subprojetos associados ao CPqD.

Palestra de Carlos Frederico

Fechando o dia, o professor Carlos Frederico M. C. Cavalcanti falou sobre a experiência do projeto Ouro Preto, cidade Wi-Max, que está implantando uma rede sem fio, baseada na tecnologia Wi-Max desenvolvida pela Intel, na cidade histórica mineira. Carlos Frederico abordou diversas questões tecnológicas, como o alcance ponto-a-ponto do Wi-Max, o impacto do relevo acidentado no projeto (dificultando a “visada”, isto é, impossibilitando que possa ser traçada uma linha reta sem obstáculos entre uma antena e outra), o espectro de ondas usado pela tecnologia etc. Falou também sobre as vantagens econômicas do modelo, que se baseia na criação de uma rede comunitária sem fio.

O 6o Workshop RNP é patrocinado pelas empresas Juniper Network, Extreme, Intel, Padtec, Global Crossing, Embratel e Foundry. A organização está a cargo da Escola Superior de Redes, unidade de negócios da RNP voltada para a capacitação de profissionais em tecnologias da informação e da comunicação. Os slides apresentados pelos palestrantes serão disponibilizados no site do evento. Outras notícias, com a cobertura completa do WRNP, serão ivulgadas no site da RNP e no boletim RNP Notícias de junho.

[RNP, 10.05.2005]

Consulta em noticias

 


Veja também:

6º Workshop RNP

Site do workshop

fone@RNP

Serviço de telefonia IP para a comunidade acadêmica

Grupos de Trabalho

Mais informações sobre o programa de grupos de trabalho

Projeto Giga

Mais informações sobre o Projeto Giga


Notícias relacionadas:

Rede óptica da RNP, Redecomep e Clara são assuntos do segundo dia do WRNP

Novas iniciativas servirão de apoio à e-ciência

[RNP, 12.05.2005]

Convidados estrangeiros encerram 6° WRNP

Diretor geral da RNP fala em novo ciclo evolutivo das redes

[RNP, 13.05.2005]