NewsGeneration: um serviço oferecido pela RNP desde 1997


ISSN 1518-5974
Boletim bimestral sobre tecnologia de redes
produzido e publicado pela  RNP – Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
12 de novembro de 1999 | volume 3, número 6

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Nesta edição:

NewsGeneration:



Redes Metropolitanas de Alta Velocidade

Wagner Meira Jr. <>

Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP)

Introdução
Motivação
Histórico e experimentos esperados
Fomentadores
Estado atual e perspectivas
Sites relacionados

Este artigo apresenta uma introdução às chamadas RMAVs - Redes Metropolitanas de Alta Velocidade. Com ele, pretende-se iniciar uma série de publicações a respeito do tema, onde serão mostrados os experimentos que vêm sendo feitos nestas redes em diversas capitais do país.

Assim, inicia-se falando, resumidamente, o que vem a ser uma rede de alta velocidade e o que motivou a criação de tais redes no Brasil. Em seguida, faz-se um histórico do projeto, onde são apresentados os locais onde as RMAVs estão sendo implantadas, bem como quais os experimentos envolvidos. Por fim, fala-se um pouco dos resultados esperados.

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Introdução

Entende-se por rede metropolitana de alta velocidade uma estrutura de rede de computadores que, tipicamente, conecta instituições que encontram-se distribuídas na área metropolitana de uma cidade através de uma tecnologia que permite a transferência de informação a velocidades superior a 45 Mbps.

No Brasil, estão sendo implantadas diversas redes com estas características no momento. Elas representam o principal meio de se ter, num curto espaço de tempo, um backbone nacional de alta velocidade estabelecido no país.

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Motivação

Observa-se, no cenário mundial, uma crescente necessidade de definição de uma arquitetura padronizada, baseada em tecnologias de sistemas computacionais distribuídos, que permita a introdução rápida e flexível de novos serviços sobre a infra-estrutura de telecomunicações e que assegurem uma qualidade de serviço (QoS) com relação serviço contratado.

Tanto a confiabilidade quanto a disponibilidade de tais serviç&os oferecidos sobre uma infra-estrutura comum de redes de banda larga, deverão ser suficientemente altas para garantir o nível de desempenho estabelecido nos diversos níveis de serviços contratados. É para uma rede como essa que deve evoluir a Internet.

Na Europa e nos Estados Unidos, existem consórcios entre universidades e empresas que se preocupam em desenvolver as ferramentas e aplicações que devem rodar nesta rede. Nestes países estas iniciativas estáo evoluindo para o que se conhece por TEN-34 e Internet 2 , respectivamente.

No Brasil, imaginou-se também estabelecer uma rede com as mesmas características da Internet 2 americana. Em um levantamento feito há dois anos, verificou-se que a infra-estrutura de telecomunicações de então não permitia o estabelecimento de de um backbone capaz de suportar serviços de alta velocidade. Entretanto, foi constatada a existência de infra-estrutura adequada em áreas metropolitanas de diversos estados.

Diante deste quadro e da importância para o Brasil em acompanhar os avanços da Internet mundial, a RNP - Rede Nacional de Pesquisa e o ProTeM - Programa Temático Multiinstitucional em Ciência da Computação definiram uma ação conjunta em tecnologias de redes eletrônicas de alto desempenho, tendo como principais objetivos:

A principal meta é, ao final desta iniciativa, promover a integração, em nível nacional, das diversas redes metropolitanas de alto desempenho, formando assim o primeiro estágio do backbone nacional de alto desempenho.

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Histórico e experimentos esperados

O Projeto de Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (RMAV) iniciou-se em meados de 1997 quando a RNP e o ProTeM , com o apoio do CNPq , conforme já foi dito anteriormente, decidiram fomentar iniciativas em direção à Internet 2.

Um primeiro edital de chamada de projetos foi lançado em outubro daquele ano e recebeu 25 propostas, das quais foram selecionados doze consórcios para implementação em duas etapas.

O primeiro grupo (Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre) assinou o contrato com o CNPq em maio de 1998. E os consórcios do segundo grupo (Campinas, Florianópolis, Natal, Recife e Salvador) assinaram os seus contratos nos primeiros meses de 1999.

O consórcio de São Luiz, um dos selecionados do segundo grupo, desistiu de participar do projeto, motivando a abertura de um edital complementar no último mês de abril. Nesta edição, houve cinco novas propostas submetidas, sendo selecionados três consórcios (Belo Horizonte, Brasília e João Pessoa-Campina Grande) para compor o terceiro grupo de consórcios.

Esses 14 consórcios que compõem os três grupos congregam 79 instituições, incluindo universidades, centros de pesquisa, entidades governamentais e empresas privadas.

As novas ferramentas e protocolos em desenvolvimento buscam oferecer a usuários e provedores de serviço mecanismos necessários para o monitoramento, administração e distinção dos diferentes tipos de tráfego a fim de prover qualidade de serviço de forma seletiva. Dentre as aplicações em desenvolvimento, destacam-se aquelas que fazem uso intensivo e interativo de redes eletrônicas, requerendo velocidade da ordem de gigabits por segundo, como por exemplo:

No final desta iniciativa, espera-se que haja um número razoável de instituições de ensino e pesquisa operando redes de alto desempenho, bem como fazendo uso corrente de vários tipos de aplicações interativas, como as relacionadas acima.

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Fomentadores

O projeto RMAV, apesar de ser a primeira iniciativa do país rumo à Internet 2, envolve recursos da ordem de US$ 20 milhões, oriundos de governo, empresas e academia.

A IBM forneceu os equipamentos através da Lei de Informática (Lei 8248/91), e o Comitê Gestor da Internet proveu recursos para equipamentos complementares. Deve-se também ressaltar a expressiva participação das empresas provedoras de serviços de telecomunicações ( Telemar , Telefônica , Tele Centro-Sul , CRT e NET) que tornaram possível a interligação dos consorciados.

Desde o primeiro momento, a RNP e o ProTeM têm se empenhado em apoiar os consórcios de todas as formas, tendo realizado dois workshops de treinamento em Campinas (julho/98 e julho/99) e um workshop em Curitiba (maio/99), reunindo consórcios e empresas. O segundo Workshop RNP2 deverá ser realizado em Belo Horizonte, em maio de 2000, juntamente com o Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores.

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Estado atual e perspectivas

Atualmente, estão sendo realizadas visitas para acompanhamento técnico-gerencial dos consórcios com o objetivo de identificar problemas que possam estar prejudicando o andamento dos consórcios e indicar medidas corretivas que permitam a sua conclusão com sucesso.

Estima-se que todos os consórcios concluam os seus trabalhos até o fim do ano 2000, com resultados concretos em termos de aplicações e gerência de redes de alta velocidade, demonstrando as vantagens e potenciais da Internet 2. Mais ainda, mão-de-obra altamente especializada e capacitada terá sido formada, e estreitados os laços de cooperação entre os setores governamental, privado e acadêmico.

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Sites relacionados

Consórcios RMAV: http://www.rnp.br/remav/consorcios.html

Internet 2 (UCAID): http://www.internet2.edu/ucaid/

Next Generation Internet (NGI): http://www.ngi.gov

Backbone de Alto Desempenho (vBNS): http://www.vbns.net

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