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- Clipping
Caminhos do ensino e do aprendizado à distância
Evento apresenta exemplos de EAD no Brasil e no exterior.
Especialista aposta que, no futuro, não haverá separação entre
ensino virtual e presencial
Alessandra Duarte
TI Master
http://www.timaster.com.br/
06.09.00
Como está o ensino à distância no Brasil?
O terceiro painel do workshop Formação de
Recursos Humanos em Tecnologia da Informação
para o Estado do Rio de Janeiro tentou responder a essa
pergunta. O objetivo foi mostrar a situação
do EAD no país e sua eventual aplicação
na formação em massa de força de trabalho
em tecnologia. O workshop foi realizado entre os dias 4 e
6 de setembro no Instituto de Matemática Pura e Aplicada
(IMPA) e reuniu profissionais e representantes de TI do Governo
do Rio, de empresas privadas e do meio acadêmico.
Um dos casos apresentados foi o da universidade corporativa
da Telemar, a Unite, um exemplo de educação
online aplicada ao mercado corporativo. A exposição
da interface do site da Unite e dos objetivos do projeto foi
feita pela diretora de Recursos Humanos da empresa, Renata
Moura. Mais informações sobre a universidade
você pode obter na nossa matéria sobre ela.
Outra experiência relatada foi a da Universidade Virtual
Brasileira (UVB), na palestra do seu diretor-executivo, João
Vianney. Criada em agosto deste ano, a UVB agrega atualmente
dez universidades brasileiras (públicas e privadas),
fornecendo-lhes capacitação em ensino à
distância, desenvolvimento do ambiente online e adequação
dos seus conteúdos a ele.
Como anda o ensino virtual nos Estados Unidos
O caso da Universidade Virtual Pública do Brasil (UniRede)
também foi mostrado no evento, por Waldimir Pirró
e Longo, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF)
e representante do Ministério da Ciência e Tecnologia
na UniRede. Além disso, o professor recentemente visitou
várias universidades americanas que oferecem cursos
à distância e, por isso, também pôde
falar sobre o que andam fazendo nessa área por lá.
Segundo Pirró e Longo, nos EUA há cerca de
1,6 milhão de alunos e 54 mil disciplinas oferecidas
à distância. Lá a educação
à distância está ocorrendo basicamente
por quatro modelos. Em um deles, chamado open, o termo
"à distância" quer dizer correio, vídeo,
CDs e 5% de Internet, vindos de uma universidade que mantém
o seu lado tradicional. Em outro, a universidade tradicional
também está lá com seu campus, mas, ao
mesmo tempo, oferece a opção online, através
de um sistema de "pack and delivery".
Um terceiro modelo consiste na terceirização
do serviço de educação à distância
por universidades presenciais, em que uma empresa fica responsável
pelo pack and delivery. E no quarto padrão visto
por Waldimir Pirró e Longo nos EUA, a universidade
que realiza o ensino à distância é um
campus literalmente virtual: ela só existe para reunir
os cursos das universidades associadas e fazer a parte de
delivery dos seus conteúdos.
- Mas em nenhum desses modelos está se fazendo graduação
à distância, com exceção da National
Technological University. Todas as instituições
estão experimentando oferecer cursos de pós-graduação
e training virtuais declarou.
Um último dado fornecido por Pirró e Longo
foi sobre a tendência tecnológica da educação
à distância americana: 80% das instituições
visitadas por ele escolheram o recurso do video streaming
para os seus projetos. Outros recursos usados são os
de interação, como chats.
Objetivos da UniRede
Segundo o professor da UFF, o modelo em que se encaixaria
a UniRede seria o quarto, já que ela une 56 universidades
públicas do país para promover parcerias e troca
de idéias, além de fazer o delivery do
conteúdo delas para os projetos da UniRede.
Ainda de acordo com Pirró e Longo, não há
previsão para a UniRede planejar cursos à distância
em tecnologia.
- Não queremos ganhar dinheiro nem ocupar nicho de
mercado. Nós estamos atendendo a necessidades de formação
de pessoal do Governo, como a capacitação de
professores da rede pública observou Pirró
e Longo. Você pode encontrar os planos e projetos da
UniRede com mais detalhes na matéria que o TI Master
fez sobre ela.
Os benefícios de um aprendizado caótico
As vantagens de se aprender à distância são
as vantagens de se aprender como uma criança. Pelo
menos segundo Waldimir Pirró e Longo. O representante
da UniRede explicou que nosso cerébro não aprende
linearmente, como se exige no colégio tradicional.
Mais do que uma boa desculpa para uma nota baixa na prova,
essa característica faz com que a mente se adapte muito
melhor a um aprendizado sem ordenação pré-definida.
Em um site, por exemplo, você vai acessando o conteúdo
de acordo com as suas necessidades.
- O que a gente chama de ensino presencial e ensino virtual
em alguns anos vai desaparecer. Vai ser tudo ensino. Só
que ora ele vai estar de um modo, ora de outro. Aliás,
essa coisa de presencial é muito relativa, porque o
aluno está lá na sala de aula, mas pensando
na namorada.
Para Waldimir Pirró e Longo, o ensino à distância
é uma solução para o fato de que a rede
tradicional de ensino não vai conseguir absorver todos
que desejarem fazer uma faculdade.
- Os meios tecnológicos permitem isso e as pessoas
não querem enxergar. Outra burrice monumental é
aplicar o mesmo tipo de ensino a todo um grupo, da mesma maneira.
Porque se você errar, erra com todo mundo argumentou
o professor.
E o preconceito? O que fazer com o principal obstáculo
para o desenvolvimento do ensino à distância,
que é a desconfiança quanto à sua eficácia?
- Fazendo com sucesso alguns casos. É a melhor coisa.
O Brasil tem de aprender que ele está no século
XIX, enquanto o mundo vai para o XXI. Os nossos alunos têm
de se conscientizar de que não existe mais essa coisa
de formatura. Você tem que estar aprendendo sempre,
sem formalidades.
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