RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

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Isso é que é banda

Rede Nacional de Ensino e Pesquisa amplia capacidade de tráfego de dados entre instituições do setor em 10 capitais do país. Tronco suporta transmissão em até 10Gbps


Correio Braziliense

Marina Amazonas

15.11.2005


Criada no final dos anos 80 para interligar em rede as mais diversas instituições de ensino e pesquisa do país, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) inaugura amanhã um tronco que sai de Porto Alegre e se estende até Fortaleza, com capacidade de transmissão de dados de até 10Gbps. Essa velocidade é superior às disponíveis hoje entre 100 e mil vezes. Brasília é uma das cidades atendidas pela rede, batizada de Nova RNP. As outras contempladas são Porto Alegre, Santa Catarina, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Fortaleza. O critério de escolha levou em conta a produção científica e a infra-estrutura disponível.

Toda em fibra ótica, a conexão vai possibilitar desde treinamentos à distância, até o comando do novo telescópio de operação compartilhada, localizado no Chile, Southern Astrophysical Research Telescope (Soar, em português, telescópio de pesquisa astrofísica do sul), recém-inaugurado. Tanta velocidade e capacidade de tráfego são necessárias para que, por exemplo, a operação com o Soar seja possibilitada. Se a velocidade fosse menor, a rede não conseguiria comportar o volume de dados enviados e recebidos, explica o diretor-geral da RNP, Nélson Simões. O projeto faz parte do plano de estratégico da instituição para o biênio 2004/05.

Simões revela também que ainda serão investidos R$ 39 milhões em dois anos para a construção das redes comunitárias metropolitanas em fibra ótica nas 26 capitais mais o Distrito Federal. Sem essa rede local, é praticamente impossível manter a velocidade alta. De nada adiantaria ter uma rede giga, argumenta o diretor.

Fora a criação de uma rede giga no país, a Nova RNP vai reduzir o caminho que os dados têm que trafegar para atingir longas distâncias. Antes, se o Brasil enviava dados para a Europa, todas as informações tinham que passar pelos Estados Unidos. Se fôssemos falar com a Argentina, os dados iriam até Miami e só depois retornavam. Isso causava perda de alguns pacotes, e documentos chegavam inutilizados, diz Simões. Essa será a primeira rede com essas características na América Latina e coloca o Brasil no mesmo patamar das mais avançadas conexões na área do mundo: Abilene e ESnet (EUA), CA*Net4 (Canadá) e Géant (Europa).

Na prática, o que a Nova RNP fez foi ligar-se à Clara (Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas), que interliga quase todos os países da Região. É essa estrutura que permite que tenhamos contato direto com os backbones europeus, asiáticos e, já tínhamos antes, norte-americano, esclarece Nélson Simões. Nesse projeto de interligação, a União Européia investiu 12,5 milhões de euros, com contrapartida de 20% do governo brasileiro.

No entanto, o diretor geral argumenta que não adianta somente interligar as instituições de ensino e pesquisa brasileiras às dos outros países. O conteúdo para alimentação da internet também tem que crescer. Em 1999 tínhamos 2% de todo o conteúdo da web em português. Em 2002, tínhamos apenas 1%. Leia-se: o material relevante caiu pela metade em apenas três anos, critica Simões.

Você deve estar se perguntando o que você tem a ver com isso? É simples. O professor de matemática do seu filho poderá participar de reciclagens sempre que necessário. Os universitários terão acesso a um volume muito maior de informação e poderão interagir com pessoas de outros países mais facilmente. Os médicos terão a possibilidade de fazer diagnóstico em conjunto com outros especialistas à distância e até mesmo acompanhar cirurgias completas.

Isso na visão micro. Se pensarmos nas possibilidades para as mais variadas cadeias do conhecimento a rede poderá operar milagres. Um projeto da RNP com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) pretende catalogar toda a biodiversidade brasileira, que corresponde a 20% da existente no mundo. No país, há registro de apenas 2% do total. No exterior há muito mais. A rede é essencial para a completa catalogação. Só assim poderemos receber todos os dados, argumenta o diretor geral.

Ainda de acordo com ele, o desafio será mudar o comportamento de outras áreas de ensino e pesquisa para agregar ainda mais valor à rede. Convencer físicos, engenheiros e matemáticos a usar a rede é fácil. Difícil vai ser agregar a comunidade artística e a área de ciências humanas. Imagine um espetáculo de dança transmitido ao vivo em várias escolas. Isso é distribuir conhecimento, conclui Nélson Simões.

fonte: http://www2.correioweb.com.br/cbonline/informatica/sup_info_15.htm

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