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Metrobel interligará UFPA a doze instituições científicas


O Liberal

10.09.2005


O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, assinou, ontem, convênio para o investimento de R$ 1,1 milhão no programa que interligará a Universidade Federal do Pará (UFPA) a diversas instituições de pesquisa por meio de fibra ótica. Será o primeiro sistema institucional a operar com esse modelo no Brasil. Em seis meses, quando estiver funcionando a Rede Metropolitana de Belém (Metrobel), a transferência de dados será muito mais rápida.

O programa, chamado Rede Metropolitana de Belém (Metrobel) integra doze instituições: UFPA, Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Universidade do Estado do Pará (Uepa), Instituto Evandro Chagas, Centro Nacional de Primatas, Embrapa, Museu Emílio Goeldi, Cefet, CRPM, Unama, Cesupa e Iesam.

Reunidas em um protocolo, essas instituições terão que arcar com contrapartidas para colocar o sistema em funcionamento. A UFPA, por exemplo, investirá cerca de meio milhão para trocar computadores e demais equipamentos. Os que funcionam atualmente não teriam capacidade porque são “jurássicos”, segundo o reitor, Alex Fiúza de Melo.

Fiúza diz que a rede fará com que as instituições entrem no século XXI e as do Pará sejam, desta vez, as primeiras a experimentar a novidade. De acordo com o reitor, a dianteira foi possível porque as instituições se anteciparam ao elaborar logo o projeto. Assim, estavam com tudo pronto quando programa nacional de financiamento foi lançado.

Ele estima que, até março do próximo ano, a implantação seja concluída e o serviço colocado em funcionamento. A expectativa é que os benefícios sejam múltiplos. Através do sistema (a velocidade de transmissão de dados é muito superior ao que se tem no mercado da informática, hoje) será possível armazenar dados.

Segundo o reitor, o armazenamento é precário por causa do sistema em utilização. Ele também aposta em avanços no ensino a distância, pois, será possível transmitir informações em tempo real para outros municípios através de grandes conferências, por exemplo. Mas, por enquanto, a rede será instalada até Ananindeua, onde está instalada a Unama.

As instituições particulares também aderiram ao protocolo e serão beneficiadas. O conjunto entrará com uma contrapartida de R$ 300 mil.

Museu Emílio Goeldi criou o projeto

A implantação da Rede óptica Metropolitana de Belém (Metrobel) foi uma luta do deputado Eduardo Costa (PTB). Em julho do ano passado, o parlamentar foi a Brasília e, em audiência com o ministro Eduardo Campos, entregou o projeto de viabilização da rede que foi projetado pelo Museu Emílio Goeldi. Esteve presente também na reunião uma comitiva de gestores - representantes do governo do Estado do Pará, Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Universidade Federal do Pará (Ufpa) e Confederação dos Bispos do Brasil (CNBB). 

Em setembro de 2004, Eduardo Costa obteve, do então ministro Eduardo Campos, a autorização para a implantação da Metrobel, que recebeu, nesta primeira fase, R$ 1,1 milhão do governo federal. A perspectiva é de que a rede comece a funcionar em março de 2006, quando serão concluídas as obras de infra-estrutura para a instalação do sistema.

No país, 12 estados estão integrados à Rede Brasil de Tecnologia (RBT) do Ministério da Ciência e Tecnologia, que foi criada em julho de 2003 com o objetivo  de articular diferentes áreas do governo federal com universidades, instituições de pesquisa, empresas privadas e agentes financeiras na busca de capacitação tecnológica para o setor produtivo, pesquisa e desenvolvimento econômico e social do país.  

Eduardo Costa considera a Rede óptica Metropolitana “uma conquista para toda a comunidade científica e acadêmica paraense”. “Todos vão se beneficiar com a rede porque ela vai levar informações de maneira rápida e eficaz, através da internet 2, e mais ainda: os pesquisadores e interessados vão poder trocar informações e experiência de qualquer instituição do país contemplado pelo sistema”.

Ministro ameniza o déficit de doutores

Durante a visita à UFPA, o ministro Sérgio Rezende justificou o cenário do investimento em ciência e tecnologia a partir da formação de cientistas. Diante da reclamação de que a Amazônia ainda tem pouquíssimos mestres e doutores, ele apresentou dados anuais de liberação de bolsas de pesquisa em que se observa avanços.

Segundo o reitor da UFPA, Alex Fiúza, a formação de doutores é o maior desafio, hoje, da universidade e, principalmente, da Amazônia. A instituição tem 650 professores com formação em doutorado e prepara outros 350. Juntas, as demais instituições científicas da Amazônia estão muito aquém desse número, o que exige, segundo ele, mais bolsas científicas.

Durante discurso que precedeu o do ministro, o presidente do protocolo responsável pelo Metrobel, João Paulo Mendes, falou em um déficit de 5 mil doutores. Sérgio Rezende respondeu que a situação já foi pior, até a década de 70. De lá para cá, continuou, se observam avanços.

Segundo o ministro, as bolsas ofertadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), foram 21.972 entre 2001 e 2004, sendo que os investimentos passaram de R$ 8 milhões, em 2001, para R$ 7,7 milhões no ano seguinte, R$ 5,5 milhões em 2003 e R$ 15,3 milhões ano passado.

Para Rezende, que assumiu o ministério há pouco mais de um mês, não é possível ter o número necessário porque os cursos de pós-graduação são recentes. Ele revelou que, na semana passada, teve a informação do governo federal de que os recursos do MCT estão liberados e não serão cortados.

Marajó terá um campus flutuante

Em Belém, o titular do MCT também anunciou o repasse de recursos para a implantação do campus flutuante da UFPA. Serão R$ 647 mil destinados a adaptação de um navio da Marinha às necessidades do campus móvel criado para ampliar as ações do Ifnopap. O Marajó será o primeiro a ser atendido.

A coordenadora geral do Ifnopap, Socorro Simões, explica que o campus flutuante será a institucionalização do programa criado inicialmente para coletar informações das chamadas narrativas populares (histórias do imaginário popular paraense). Do material foram gerados banco de dados e material para diversos trabalhos como teses e até filmes de curta-metragem.

O programa cresceu e passou a abranger outras áreas de conhecimento que não somente a de Letras, como a biologia. Agora, a expectativa é tornar esses trabalhos permanentes ao garantir a infraestrutura da universidade nos municípios percorridos. Porém, o funcionamento dependerá de recursos a serem buscados.

Segundo Socorro Simões, a idéia é manter a embarcação em um município por quatro anos para permitir o ensino (em nível de graduação), a pesquisa e a extensão. O Marajó deverá ser a primeira região atendida, mas o serviço ainda será definido em discussões com a comunidade acadêmica.

fonte: http://www.portalorm.com.br/oliberal/interna/default.asp? modulo=247&codigo=96316

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