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Expansão do projeto Giga passa pelas centrais elétricas


Gazeta Mercantil

10.05.2004


Campinas (SP), 10 de Maio de 2004 - Investimento para levar rede ao Sul e ao Nordeste chega a R$ 50 milhões. A rede experimental do projeto Giga, a primeira infra-estrutura de transmissão de dados sobre protocolo internet (IP) num enlace baseado 100% em fibra óptica, foi ativada com uma promessa: a de cobrir todo País com uma rede de altíssima velocidade. Os ministros Eduardo Campos Ciência e Tecnologia e Eunício Oliveira (Comunicações) assumiram um compromisso de ampliar a infra-estrutura hoje com 750 quilômetros nesta primeira fase para as regiões Nordeste e Sul do País até 2005, que ligaria Porto Alegre à Fortaleza.

O governo estima que o custo do projeto varie entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões. Até agora, o valor investido alcançou R$ 55 milhões. Segundo o ministro Eduardo Campos, há dois cenários para a expansão da rede. O primeiro é a participação das centrais elétricas, principalmente Chesf e Furnas. Ambas detêm redes de fibra óptica e poderiam integrar a rede experimental com a cessão da infra-estrutura que não está em uso. O governo considera, mas com menos ênfase, o ingresso da Eletronet no Projeto Giga. A razão neste caso é que a Eletronet é uma joint-venture que tem participação do governo com a LightPar da Eletrobrás, mas tem também a presença da AES. "Neste caso, a inclusão da empresa ficaria mais complicada", afirma. A variação de custos do projeto depende da participação pública. Com as estatais, o investimento ficaria próximo dos R$ 30 milhões. Já com as operadoras privadas, que também são sondadas para ceder a infra-estrutura instalada, mas sem uso, o valor subiria para R$ 50 milhões.

Nelson Simões da Silva, diretor geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), organização social que divide com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) a gestão do Projeto Giga, disse que as negociações com empresas públicas e privadas já foram iniciadas. A expectativa é que após o fechamento do acordo a rede seja estendida para o Nordeste em nove meses.

O setor privado participa da primeira fase do Giga. Ofertou os 750 quilômetros de fibra para a implantação da rede. A participação pode crescer. Para a ativação da rede de alta velocidade, que permitirá tráfego de dados em velocidades de no mínimo 100 Mbps e superando 1 Gbps, a tentativa foi a de agregar tecnologia nacional. A Padtec, única fabricante brasileira dos equipamentos de multiplixação por comprimento de onda (que faz a multiplicação de canais dentro de uma fibra) e os amplificadores ópticos (que ampliam o sinal para transmissões de longa distância), foi uma das principais fornecedoras. Mas toda a infra-estrutura e sistemas para operação em rede IP foi adquirida da Ericsson.

A rede experimental funcionará como um laboratório virtual para inovação aberta, com colaboração de várias instituições ao mesmo tempo. Cerca de 16 instituições de ensino e pesquisa participarão do desenvolvimento de subprojetos em diversas áreas. Outras 33 propostas serão analisadas até meados deste mês, o que cobre mais de 40 instituições de ensino e pesquisa do País. A expectativa é que toda esta mobilização gere novos serviços para ambiente internet, novos aplicativos, protocolos de transmissão de dados com maior qualidade. Um importante exemplo é a telemedicina. O Incor, uma das instituições que integram a rede, informou que o sistema pode viabilizar projetos de exames a distância e no futuro, com a evolução da transmissão de dados e da robótica, a viabilidade de intervenções cirúrgicas à distância. No ensino, a rede pode ampliar os projetos de educação à distância.

O setor privado colherá benefícios com a participação no projeto. O custo das operadoras envolvidas nesta primeira fase (Telefônica, Telemar, Intelig e Embratel) existe, mas é relativo. CPqD e RNP estimam que entre 85% e 90% da infra-estrutura em fibra-óptica no País estão "apagadas, ou seja, sem uso. "As empresas se beneficiarão das idéias criadas no Projeto", diz Hélio Graciosa, presidente do CPqD. Para isso ser efetivo, o grupo coordenador criou um comitê assessor formado pelas quatro operadoras. O comitê terá ciência sobre todos os trabalhos em curso.

fonte: hhttp://www.gazetamercantil.com.br

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