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Governo quer levar rede Giga ao Nordeste


Valor Econômico

10.05.2004


A rede experimental Giga, construída sobre redes IP com equipamentos ópticos, será estendida para quatro estados do Nordeste até o final de 2005. A ampliação está garantida por decisão dos ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia, mas ainda depende de acerto com as operadoras.

Nesta primeira fase de implantação, em que a rede atinge 750 quilômetros entre os estados de Rio e São Paulo, o volume de investimentos é de R$ 54 milhões em três anos. Segundo o ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, a segunda fase, com a rede alcançando Bahia, Pernambuco, Paraíba e Ceará, envolve recursos adicionais de cerca de R$ 30 milhões.

Ele explicou, no entanto, que a segunda fase depende da negociação com operadoras de telefonia que tenham fibras ópticas apagadas (sem uso) nessas regiões nordestinas. "O governo já definiu a prioridade, só resta acertar esses detalhes" , disse.

Na primeira fase, entre Rio e São Paulo, as fibras foram doadas pelas operadoras Telefônica, Intelig, Telemar e Embratel. A Padtec, de Campinas (SP), que usa tecnologia do CPqD, é a única fabricante nacional dos equipamentos ópticos usados na rede Giga e, por isso, foi a fornecedora da primeira fase e deve manter o posto na extensão ao Nordeste, afirmou Oliveira.

A rede, por enquanto, vai ser restrita para uso dos pesquisadores das instituições associadas. Em um segundo momento, ela poderá chegar à escala comercial.

A rede experimental batizada de Projeto Giga, que entrou no ar em 28 de abril entre São Paulo e Rio de Janeiro, permite velocidades até 400 vezes maiores que as médias oferecidas pelas linhas ADSL das operadoras (que possibilitam navegar e falar ao telefone ao mesmo tempo) e podem representar um custo 30 vezes inferior que a internet tradicional.

O projeto foi apresentado na sexta-feira à imprensa, na sede do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), e envolve 750 quilômetros de extensão de fibras ópticas, aliando redes IP e redes ópticas com multiplexadores por comprimento de onda.

Ao garantir o uso de fibras hoje apagadas na transmissão rápida de voz e dados, a rede do projeto Giga foi apelidada de "Internet sobre luz" pelo professor Michael Stanton, diretor de inovação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), vinculada ao ministério da Ciência e Tecnologia.

Segundo ele, a velocidade permitida nessa nova rede é de 2,5 Gbps a 10 Gbps. "Para essa mesma capacidade, o custo dos meios tradicionais é muito superior", afirmou.

Nelson Simões, presidente da RNP, avalia que experiências como as do Canadá mostram ser possível ter um custo 30 vezes mais barato que a internet tradicional. "Esse é um modelo novo, muito mais simplificado, de uso da internet direto na fibra", disse.

A rede, no entanto, é compatível com a internet atual e a própria RNP pretende, a partir de 2005, migrar sua rede acadêmica para esse novo modelo. "Esperamos a adoção desse modelo em escala comercial no país", afirmou Stanton. Por enquanto, a rede é fechada para uso das instituições de pesquisa. As empresas Telefônica, Intelig, Telemar e Embratel poderão ter acesso privilegiado aos desenvolvimento feitos, mas, se quiserem usá-los comercialmente, deverão pagar pela propriedade intelectual dos pesquisadores.

Só existem redes similares hoje no Canadá, na França, Japão e Coréia, enquanto o Chile tem planos de instalar a sua. "Estamos num seleto grupo de países", afirmou Simões, da RNP.

fonte: http://www.valoronline.com.br/veconomico/?caderno=84&edicao=842&mat=2374273&show=index

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