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ONU quer trocar dívida por nova tecnologia


Folha de São Paulo

Gilson Schwartz

25.06.2000


Ampla socialização dos meios de acesso às novas tecnologias da informação e troca de dívida externa por investimentos na democratização da Internet são as duas principais recomendações que a ONU colocou na mesa de negociações do encontro intergovernamental latino-americano preparatório da Reunião do Milênio do seu Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Ecosoc), que aconteceu na semana passada em Florianópolis com apoio do MCT, da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), da própria ONU, e do governo estadual de Santa Catarina.

A agenda dos países em desenvolvimento será negociada na Reunião do Milênio, em Nova York, entre os dias 5 e 7 de julho.

No evento de Santa Catarina, o governador Esperidião Amim entregou ao ministro da C&T, Ronaldo Sardenberg, a "Carta de Florianópolis", com recomendações discutidas em quatro grupos num evento de caráter nacional na última segunda-feira (Ensino e Pesquisa, Mercado de Trabalho, Administração Pública e Impacto Social das Novas Tecnologias da Informação).

Para o embaixador Bernd Niehaus, vice-presidente do Ecosoc para a America Latina e Caribe, o encontro de Nova York deve incluir o reconhecimento da obrigação da comunidade internacional de cooperar com os países em desenvolvimento para que se integrem plenamente na economia da informação, o compromisso com o acesso universal a correio eletrônico e Internet, o apoio a programas de desenvolvimento social da tecnologia, a cooperação entre países em desenvolvimento e medidas de proteção aos direitos de propriedade intelectual dos países em desenvolvimento.

Ele sugere a criação de um novo departamento nessa área, inclusão na assistência multilateral da ONU de aspectos de tecnologia da informação, apoio à criação de um fundo da ONU que apoie o desenvolvimento dessas tecnologias em países em desenvolvimento.

Destaca-se ainda a proposta de trocar dívida externa por financiamento a projetos intensivos em novas tecnologias nos países mais pobres.

A politização da Internet é um fato. Em Florianópolis, o ministro Sardenberg declarou que é arriscado deixar o desenvolvimento da Internet apenas sob o império das forças de mercado.

Aliás, a Internet no Brasil, para quem não sabe ou não lembra, começou pela academia e com o apoio da mão visível do governo. A iniciativa privada acordou para o negocio só' depois que o fenômeno aconteceu nos EUA.

Antes disso, a Rede Nacional de Pesquisas (RNP) organizava o "backbone" (infra-estrutura da rede) e discutia os impactos sociais da digitalização do mundo.

Aspectos sociais, políticos e econômicos da Internet serão tema também da Reunião Anual da SBPC, que ocorre em Brasília de 9 a 14 de julho, sob o tema "O Brasil na Sociedade do Conhecimento: Desafio para o Século 21".

Cabe ainda uma observação especial sobre Florianópolis, que acaba de ser integrada à Internet 2 (de alta velocidade, ainda não disponíivel para fins comerciais).

Descartada a política e guardadas as proporções, a ilha lembra Cingapura, tais o empenho e a qualidade dos projetos locais de alta tecnologia.

Incubadoras, integração entre Universidade e empresa, projetos de vanguarda em sistemas de ensino à distância e preservação ambiental convivem numa cidade que, infelizmente, parece fora do Brasil.

fonte: http://www.uol.com.br/fsp/

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