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Internet 2 será 300 vezes mais veloz que a atual

Rede utiliza cabos de fibra ótica e começa a ser testada experimentalmente este mês


O Estado de São Paulo

Demétrio Weber

04.08.1999


O governo começa a testar em nível nacional, até o fim do mês, o projeto piloto da Internet 2, rede de computadores por fibra ótica que vai permitir a transmissão de dados com velocidade pelo menos 300 vezes superior à da atual Internet. Mais do que uma questão técnica, o aumento de velocidade intensifica, em proporções antes inimagináveis, o uso da rede para atividades como a telemedicina, a criação de bibliotecas virtuais e a educação a distância.

O projeto piloto da Internet 2, coordenado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MEC), prevê a interligação de quatro centrais em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Brasília. Inicialmente, elas vão operar a uma velocidade 17 vezes maior (34 megabits/segundo) do que a da atual rede mundial de computadores (2 megabits/segundo), devendo, nos meses seguintes, ser 77,5 vezes mais velozes do que a Internet de hoje.

A meta, até março, é estender a Internet 2 a 12 Estados e ao Distrito Federal, onde estão sendo instaladas 14 Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (Remavs). Concebidas a partir de 1997, essas redes metropolitanas são formadas por consórcios de instituições públicas e privadas e servirão de base para a Internet 2. Seis delas já estão em fase de testes, em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia, Fortaleza e no Rio.

Acesso - O acesso à nova rede, de caráter acadêmico, será limitado inicialmente às 79 instituições públicas e privadas que compõem os consórcios responsáveis pelas Remavs. Isso inclui universidades, centros de pesquisa, órgãos de governos estaduais, empresas de TV a cabo e de telecomunicações.

Mas o acesso comercial à Internet 2 deverá estar disponível em cerca de três anos, segundo o coordenador-geral da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), órgão do MCT encarregado de gerenciar a instalação da Internet 2, José Luiz Ribeiro Filho. "O papel do MCT é estimular a criação de condições para que esse serviço se torne comercial no médio e longo prazo", reforça o secretário-executivo do ministério, Carlos Américo Pacheco.

Isso inclui a formação de pessoal e a capacitação de empresas para produzir equipamentos de hardware e software adaptados à nova tecnologia. Para a instalação das Remavs, foram estimados investimentos de R$ 20 milhões, incluindo a participação das operadoras de telecomunicações, que cedem suas redes de fibra ótica. "A iniciativa privada percebeu o impacto comercial da Internet 2 e está interessada em participar", observa Américo Pacheco.

Para interligar as 14 Remavs, o MCT buscou a parceria do Ministério da Educação (MEC). Os dois órgãos estão em vias de assinar convênio que prevê investimentos conjuntos de R$ 200 milhões nos próximos cinco anos. O MEC tem interesse especial na criação de bibliotecas virtuais. Também está sendo negociada parceria com uma operadora de telecomunicações.

Usos - Entre os avanços permitidos pelo aumento de velocidade na transmissão de dados, está o da telemedicina em larga escala. A idéia é interligar por computador os hospitais do interior aos das capitais ou de centros de referência em cidades maiores.

Assim, no caso de um exame de raio X, por exemplo, o paciente se submeteria ao exame em sua cidade, mas o diagnóstico seria feito pelo especialista de um grande hospital. Tudo em tempo real, com transmissão de dados de alta resolução sem interferências nem congestionamentos de linha. O mesmo valeria para tomografias e outros exames. Segundo o secretário-executivo do MCT, um convênio nesses moldes será firmado ainda este mês entre hospitais de São Paulo e Belo Horizonte.

A nova rede poderá ser usada também para a realização de videoconferências sem cortes ou interrupções no fluxo de som e imagem, como ocorre atualmente. "A Internet 2 possibilita a distinção entre pacotes de informação de voz e texto, dando prioridade ao som", explica Ribeiro Filho. Desse modo, segundo ele, as videoconferências poderão transcorrer no mesmo ritmo de uma ligação telefônica.

Outro uso previsto diz respeito à troca de informações entre órgãos do governo e à distribuiçãodesses dados para os cidadãos. A nova tecnologia facilitará a criação de bibliotecas virtuais e o desenvolvimento de programas de educação a distância.

Américo Pacheco destaca que o projeto integra diversas áreas do governo. "Cada aplicativo envolve um ministério diferente", diz ele.

fonte: http://www.estado.com.br/

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