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RNP na Mídia 
 

Internet 2, RNP2, Campinas na Rota


Revista de Ciência e Informação/Unicamp

20.07.1999


O projeto Internet 2 (I2) foi iniciado nos EUA, hoje contando com mais de 150 Universidades e Centros de Pesquisa interligados, essencialmente difere da Internet como conhecemos nas aplicações que estão sendo desenvolvidas, que requerem uma grande quantidade de banda, ou seja, velocidades mais altas ( http://www.internet2.edu ).

Aqui no Brasil não vai ser diferente. Estamos iniciando a montagem de uma infra-estrutura semelhante a que hoje existe nos EUA, para podermos praticar tais aplicações, bem como desenvolvê-las melhor, inclusive adequadas a realidade (social) do país. Para isso, o MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e a principal articuladora a RNP (Rede Nacional de Pesquisa) lançaram um edital entitulado Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (Remav). Concorreram a este edital que contempla equipamentos, bolsas e uma pequena verba de custeio ( http://www.rnp.br/atuacao/ac-remave.html ), vários consórcios dos quais 12 inicialmente foram selecionados no país inteiro. Houve uma desistência e um novo edital selecionou mais 3 (ver figura anexa e tabela em http://www.cnpq.br/dpe/protem-cc/redes.htm ). A interligação das Remavs, está sendo considerada a RNP2, ou a Rede Nacional de Pesquisa fase 2. Uma dos projetos Remav está aqui em Campinas (Remet/Campinas), e é coordenado pela UNICAMP. Ver todos os detalhes em http://www.unicamp.br/cgi/remet-campinas . Basicamente, esta infra-estrutura que esta sendo iniciada (alguns consórcios já estão com seus nós conectados), prevê linhas de comunicação que variam de 155 mbps até 622 mbps com tecnologia ATM (Assynchronous Transfer Mode). Como a ligação do projeto aqui de Campinas com o de São Paulo, liderado pela USP, vai contar com a infra-estrutura de outro projeto, o Multicom-21, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp e a Escola Politécnica da USP. Projeto de comunicação óptica em 2.5 Gbps, com participação atual da Telefonica e da Nortel.

Os 14 projetos:

  1. Rede Metropolitana de Alta Velocidade de Fortaleza - RMAV/FOR
    http://www.ufc.br/rmav/
  2. Rede Metropolitana de Alta Velocidade - REMA Salvador
    http://www.ufba.br/rema
  3. Rede Recife ATM
    http://www.di.ufpe.br/~recifeatm/
  4. NatalNet
  5. InteRMAV-PB - Redes Inter-Metropolitanas de Alta Velocidade do Estado da Paraíba
  6. Rede Metropolitana de Alta Velocidade de Goiânia
    http://www.inf.ufg.br/remav/
  7. Infovia de Brasília
  8. Rede Metropolitana da Cidade do Rio de Janeiro
    http://mesonpi.cat.cbpf.br/remav/
  9. Rede Metropolitana de Alta Velocidade de São Paulo - RMAV-SP
    http://rmav-sp.larc.usp.br/
  10. Rede Metropolitana de Campinas - ReMeT-Campinas
    http://www.unicamp.br/cgi/remet-campinas/
  11. BH2 - Rede Internet Metropolitana de Alta Velocidade de Belo Horizonte
  12. Rede Metropolitana de Alta Velocidade do Paraná http://www.rmav.arauc.br/
  13. Rede Metropolitana de Porto Alegre - METROPOA
    http://penta2.ufrgs.br/metropoap/
  14. Rede Metropolitana de Alta Velocidade de Florianópolis - RMAV-FLN
    http://www.rmav-fln.ufsc.br/

Podemos então dizer que uma região metropolitana de Campinas está na Internet 2 através do projeto Remet/Campinas que, além da Unicamp, conta com a participação da Embrapa (Centro Nacional de Pesquisa Tecnológica em Informática para Agricultura - CNPTIA), da Prefeitura Municipal (Projeto Alpha - Educação/Saúde) e da NET/Campinas (Operadora de TV a Cabo em Campinas). Este é o consórcio formado aqui, que ganhou o edital do CNPq para a região. A coordenação do consórcio é do Prof. Clésio Luis Tozzi da Coordenadoria Geral de Informática da Unicamp e conta com aproximadamente 34 pessoas (em tempo parcial) entre pesquisadores, Analistas, técnicos e bolsistas do CNPq.

O fato de Campinas também ser escolhida como uma das cidades a iniciar a infra-estrutura básica para a I2 é pela importância das instituições presentes aqui e o importante polo de desenvolvimento tecnológico que é a cidade, com Universidades, Centros de Pesquisa e Empresas de alta tecnologia. Já fomos chamados várias vezes de Silicon Valey, ou Vale do Silício Brasileiro. (Alusão a região com este nome, na California/EUA).

O projeto começou a ser pensado a partir do lançamento do Edital pelo CNPq em Outubro de 1997. Vários motivos levaram a participação destas instituições, motivos estes que praticamente são os mesmos do MCT/CNPq para o projeto Brasileiro de Internet2, como:

  • Ação conjunta em tecnologias de redes de alto desempenho
  • Iniciativa concreta rumo a Internet 2
  • Criação de capacitação/experiência Nacional em redes de Alto Desempenho

As diferenças básicas entre a Internet e a I2 são as aplicações e a velocidade. A velocidade na I2 é muito maior permitindo execução de aplicações que na Internet atual não seriam possíveis. Por exemplo: 1. a transmissão de vídeo com boa definição, igual a TV broadcast (a TV comercial que assistimos), com a tela inteira de um PC e com 30 quadros por segundo; 2. um diagnóstico médico a distância. Instantes após um acidente o médico especialista consegue ver através de uma câmera na ambulância (com qualidade) quais os procedimentos a serem feitos no paciente, pelos paramédicos/enfermeiros. 3. ou ainda, acessar um servidor de Vídeo sob demanda, isto é, assistir um vídeo numa locadora virtual, sem fita, o vídeo vem pela rede, com a mesma qualidade que hoje temos numa fita HI-FI ou DVD, ou ainda melhor, talvez HDTV (High definition Television).

Aqui no consórcio de Campinas, as principais aplicações na I2 serão de Educação e Saúde (Ensino a distância e Telemedicina). Veja nota da RNP, sobre nossa participação no I Workshop da RNP2 http://www.rnp.br/noticias/1999/not-990426a.html

Mas quando então esta nova rede estará disponível ao grande público ? Esta é uma pergunta que os especialistas não se arriscam a responder. Tanto podemos errar para menos quanto para mais. Explico. Ninguém imaginava, por exemplo, quando a Internet atual era exclusividade das mesmas instituições de pesquisa, quando ela se tornaria o que é hoje, usada por mais de 170 milhões de pessoas, e ainda num crescimento alucinante (aplicações, usuários, tempo de uso).

Junto com a tecnologia ATM, em termos de protocolo, também esta sendo estruturado o que chamamos de BR6Bone no Brasil, ou o Backbone da versão 6 do TCP/IP o IPv6 ( http://www.6bone.rnp.br ). A atual versão do TCP/IP na Internet é o IPv4, Basicamente com IPv6 aumenta-se mais bits de controle para o protocolo, entre outras facilidades. A necessidade do aumento de bits para endereçamento é urgente, dado o fato de IPv4 já não acomodar mais o atual crescimento da Internet. Mas a proposta da Internet2 tem muito mais tecnologia a ser explorada, a saber: Qbone - Plataforma avançada de testes em QoS, ou qualidade de serviços; NGI - As pesquisas do Next Generation Internet, projeto do governo Americano; vBNS - Very High Performance Backbone Network System, o super Backbone de altíssima velocidade nos EUA; GigaPOP - estrutura responsável pela comutação e gerenciamento de tráfego entre as redes de uma mesma região, que no caso da I2 vão gerenciar o tráfego do vBNS; Abilene - O backbone IP mais avançado do mundo, criado pelo consórcio também dos EUA chamado UCAID (University Corporation for Advanced Internet Development).

fonte: http://www.revista.unicamp.br/

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