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Rede Ipê, Redecomep e diretórios são temas do 11º SCI

Nove estados já estão conectados a gigabits por segundo


Rede Ipê, Redecomep e diretórios corporativos foram os temas das palestras do terceiro dia do 11º Seminário RNP de Capacitação e Inovação (SCI). O diretor de Operações da RNP, Alexandre Grojsgold, falou sobre a nova rede acadêmica multigigabit sob uma abordagem mais técnica do que a usada na apresentação de ontem, durante a abertura do seminário.

Após fazer um relato histórico da evolução do backbone nacional nos últimos 15 anos, Alexandre explicou que a rede Ipê não é uma infra-estrutura à parte da atual RNP2. Todo o backbone nacional, com seus 26 estados mais o Distrito Federal integrados, constitui a rede Ipê. Nesta nova rede, dez estados - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia, Pernambuco e Ceará - estão conectados a patamares de 2,5 a 10 Gbps. A topologia deste núcleo foi traçada de forma a evitar interrupções no tráfego mesmo que um link entre dois estados caia. Os demais estados estão conectados a um patamar de até 34 Mbps. Prevê-se também a elevação da capacidade destes últimos links; alguns podendo chegar a gigabits por segundo em um prazo de não mais de dois anos.

Palestra de Alexandre Grojsgold.

Alexandre disse que a engenharia da RNP está trabalhando com uma meta de 99,9% de tempo operacional para os pontos de presença (PoPs) da rede. Significa dizer que os PoPs só podem ficar fora do ar durante 43 minutos a cada mês (menos de um minuto e meio por dia). Revelou também que a RNP está para trocar seus dois links de 155 Mbps com o exterior por um de 1 Gbps, mais do que triplicando o acesso externo a redes comerciais. No lado das redes acadêmicas, o diretor de Operações da RNP contou que a rede brasileira ganhará um link de 1 Gbps com a Internet2, que será compartilhado com a rede acadêmica de São Paulo, Ansp, e o consórcio de redes latino-americanas, Clara. Atualmente, a comunicação com as redes acadêmicas mundiais se dá através da Clara, da qual a RNP faz parte e que tem um link de 622 Mbps com a rede européia Géant.

Nove estados já estão conectados a gigabits por segundo

A segunda parte da palestra sobre a rede Ipê foi apresentada por Raniery Pontes, analista de Centro de Engenharia e Operações (CEO) da RNP. Raniery falou sobre os equipamentos que estão sendo usados pela RNP e pelas operadoras de telecomunicações contratadas. Estão sendo usados transponders da Padtec, roteadores Juniper e comutadores Extreme. Raniery diz que uma das vantagens dos equipamentos da Padtec e da Extreme é que eles já foram testados no Projeto Giga e responderam muito bem às necessidades da rede. Segundo o técnico do CEO, os roteadores Juniper também se mostraram robustos, apresentando melhorias no suporte a serviços IPv6, QoS e multicast. A Brasil Telecom, uma das empresas vencedoras da licitação de contratação dos enlaces giga, usa transponders Hauwey em alguns casos e Padtec quando as distâncias do seu ponto de presença ao ponto de presença da RNP são maiores. A Embratel, a outra vencedora da licitação, usa transponders Padtec em todos os enlaces.

Palestra de Raniery Pontes.

A grande notícia dada por Raniery foi que quase todos os enlaces contratados já foram instalados. Na manhã de hoje estavam faltando apenas PR-SP, DF-MG, PE-BA e RJ-BA, ou seja, com exceção da Bahia, todos os outros nove estados já estão prontos para se comunicar a gigabits por segundo. De qualquer forma, para evitar surpresas desagradáveis, a migração dos antigos enlaces SDH para os novos enlaces gigabit será gradual. Durante uma fase inicial, as duas formas de conexão estarão disponíveis para que se possam fazer testes na nova infra-estrutura.

Redes regionais acessarão a rede Ipê a 1 Gbps

O desdobramento da rede nacional gigabit são as redes metropolitanas gigabit. José Luiz Ribeiro Filho, coordenador nacional da iniciativa Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa (Redecomep), explicou que as redes comunitárias que estão sendo construídas em todos os estados deverão acessar a rede Ipê por meio de enlaces de no mínimo 1 Gbps.

Palestra de Jóse Luiz Ribeiro Filho.

Essas redes comunitárias são formadas através da parceria de instituições de ensino e pesquisa presentes em uma determinada região, contando com a participação, em muitos casos, dos governos estadual e municipal e de empresas privadas (especialmente do ramo de energia). Os recursos alocados pelo Finep e administrados pela RNP devem ser investidos na compra de equipamentos e na instalação de fibras próprias. As instituições participantes dos consórcios regionais arcarão com as despesas de manutenção da rede criada, que são menores do que os custos de contratação de enlaces de operadoras de telecomunicações.

As redes que estão se instalando nesta fase do projeto estão concentradas na área metropolitana das 27 capitais do país. José Luiz contou que a tendência a médio prazo é levar esta experiência a outras regiões, promovendo a interiorização da iniciativa e beneficiando outras comunidades.

Diretórios corporativos

As últimas palestras da manhã deste dia 26 de outubro versaram sobre a implantação de diretórios corporativos no ambiente acadêmico com o uso de LDAP. Roberto Quaresma falou sobre a experiência da Universidade Federal da Bahia de criação de um diretório com o uso do Active Directory da Macrosoft. Os professores Márcio Bunte e Osvaldo Carvalho falaram sobre a experiência da Universidade Federal de Minas Gerais.

Márcio Bunte chamou a atenção para o fato de que, nos Estados Unidos, a maior parte das universidades usam diretórios corporativos, o que não ocorre no Brasil, onde apenas UFMG, UFBA, UFRGS e UFMS possuem serviços de diretório. A principal vantagem de se manter um serviço de diretório centralizado é a facilidade de se manter e atualizar os dados cadastrais dos corpos docente e discente. Além disso, vários aplicativos podem se beneficiar da estrutura de dados criados pelo serviço de diretório, pois dados de cadastro podem ser compartilhados, facilitando a implementação, agilizando a atualização e a autenticação dos usuários destes aplicativos.

Oswaldo Carvalho disse que existe a intenção de se criar uma estrutura de autenticação federativa, que service a todas as universidades brasileiras e que permitisse, a qual ficaria sob a respondabilidade da RNP, em sua opinião. Ele explicou que, para isso, é preciso haver interoperabilidade entre os diretórios das universidades, com a padronização a partir de um esquema LDAP que definisse atributos que todas as aplicações deveriam ter.

Oswaldo coordenou o GT Middleware, da RNP, que trabalhou na criação de uma ferramenta de metadiretório. Ele disse que há uma série de documentos disponíveis e que sua equipe também pode oferecer treinamento em LDAP para as instituições de ensino superior que desejem implantar serviços de diretórios.

[RNP, 26.10.2005]

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