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Curitiba tem projeto pioneiro de acesso público à Internet

Mais de 20 mil pessoas já foram atendidas pelo projeto Digitando o Futuro


As iniciativas do poder público de se aproximar do cidadão através da Internet já foram cunhadas. Se chamam e-governance. O neologismo é uma política que se viabiliza através da oferta de serviços e informações em ambiente digital e da democratização do acesso à rede. Em Curitiba, está em andamento um projeto pioneiro que contempla este último aspecto do problema. Chamado de Digitando o Futuro, a iniciativa municipal consiste em implantar pontos de acesso público à Internet voltados, principalmente, para a população carente. O projeto conta com a participação de empresas e de organizações sociais. De um total de 55 pontos de acesso previstos, 26 já estão operacionais e há perspectivas abertas para ampliar o projeto.

Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Curitiba, essa é a primeira rede pública de acesso à Internet do Brasil. O acesso é oferecido a partir de instalações híbridas, chamadas de Faróis do Saber. São construções arquitetonicamente similares a faróis, que abrigam bibliotecas comunitárias na base e, no alto de suas torres, postos de policiamento, com iluminação e um guarda de plantão. As bibliotecas são equipadas com 9 computadores, 2 impressoras e 1 scanner, todos conectados em rede, além de 1 roteador. Um levantamento preliminar apurou que no primeiro mês de funcionamento do projeto, lançado em 9 de junho, mais de 20 mil pessoas usaram os computadores dos Faróis do Saber e mais de 4 mil endereços de correio eletrônico foram criados, além dos cerca de 8 mil exclusivos dos professores.

Os pontos de acesso também estão sendo instalados em outras bibliotecas comunitárias e no que, em Curitiba, se chama de Ruas da Cidadania. São instalações de administrações regionais que oferecem serviços públicos, atividades culturais e esportivas próximas às comunidades.

O projeto foi idealizado pela prefeitura que buscou a parceria da Microsoft. A empresa de software licenciou o uso dos programas e trouxe o CDI como novo parceiro. De acordo com o responsável pelo CDI-Paraná, Aristóteles Leite, o CDI "tem buscado diversificar as ações dentro da proposta de democratizar o acesso à informática". A ONG está ocupando os Faróis do Saber com escolas nas quais oferece cursos de informática e cidadania para membros de comunidades pobres, mesmo modelo que nasceu no Rio de Janeiro, foi reconhecido pela UNESCO e já foi reproduzido no Uruguai, Colômbia, México e Japão. Mas em Curitiba o foco é o acesso público.

A assessoria de comunicação da Prefeitura de Curitiba informou que o Instituto Curitiba de Informática (ICI), braço municipal que coordena o projeto, já investiu cerca de R$ 1 milhão em hardware, no treinamento dos cerca de 160 estagiários que orientam os usuários e em 50% dos custos da infra-estrutura de telecomunicações. A outra metade da conta das linhas dedicadas de 64 Kbs que conectam os Faróis do Saber é oferecida pela parceira Global Telecom. O projeto conta, ainda, com a participação da Microsoft que fornece o licenciamento de softwares e do CDI, que aplica a metodologia de ensino e atendimento dirigido à população carente. O ICI está buscando novas parcerias para estender o projeto para outros locais, como postos de saúde.

[RNP, 04.09.2000]

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