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 | Projetos de telemedicina saem do papelExperiências nas ReMAVs já estão adiantadas A Medicina é uma das mais importantes áreas de aplicação dos projetos desenvolvidos pelas Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (ReMAVs). Com a telemedicina, é possível que especialistas troquem idéias a distância, que imagens médicas sejam disponibilizadas pela rede e que diagnósticos sejam feitos sem a necessidade de locomoção do médico e/ou do paciente. Tudo isto pode trazer uma melhora substancial no atendimento, que será mais ágil e qualificado. As ReMAVs de São Paulo, Florianópolis e Paraná desenvolvem bons exemplos de aplicações avançadas em telemedicina. Todas trabalham com o padrão DICOM - Digital Imaging and Communication in Medicine -, que é amplamente utilizado no mundo inteiro, inclusive em equipamentos de diagnóstico tradicionais, como máquinas de raio-x, ultrassonografia e ressonância magnética, e avançados, como tomografia computadorizada e medicina nuclear. Um dos projetos em andamento é o Cyclops, da ReMAV de Florianópolis. O Cyclops se divide em vários subprojetos. Um deles é a Sala de Laudo Virtual, desenvolvida a partir da dissertação de mestrado de Euclides Barros Júnior. Nela, diversos médicos, a partir de seus computadores pessoais, examinam uma mesma imagem radiológica proveniente de um banco DICOM. Eles podem fazer desenhos sobre a imagem, ressaltando detalhes e "iluminando" áreas, ou participar da escrita do laudo através de um editor que funciona em rede. O projeto da ReMAV Florianópolis é liderado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pela Universidt Kaiserlautern, na Alemanha, e destina-se, principalmente, a hospitais e clínicas. Um dos resultados obtidos foi a interligação da Clínica DMI de São José, Santa Catarina, com o Hospital Universitário da UFSC. Nesta experiência, os médicos puderam compartilhar o acesso a um banco de imagens e analisá-las por um canal de voz. O coordenador das aplicações em telemedicina da ReMAV de São Paulo, Marco Antônio Gutierrez, lembra que a infra-estrutura disponibilizada pela RNP é fundamental para o resultado das experiências. Os testes piloto estão sendo realizados entre o Instituto do Coração e o Hospital São Paulo. Os testes consistem, basicamente, de transmissão e visualização de imagens médicas entre as instituições participantes. A ReMAV de São Paulo participou da Comdex deste ano e fez uma demonstração de aplicações em telemedicina fazendo uso de uma infra-estrutura de rede semelhante à do backbone RNP2. O projeto da ReMAV Paraná já está traçado, mas está com problemas na captação de recursos. Como explica o coordenador do projeto, professor Roberto César Betini, "um projeto destes envolve muitos recursos em equipamentos e mão-de-obra especializada. Teremos que interligar os hospitais via fibra óptica e adqüirir hardware ATM de interconexão de rede e hardware para coleta e armazenamento de informações médicas." A idéia já foi passada a empresas e órgãos do governo e a ReMAV aguarda respostas para dar continuidade ao projeto. O objetivo da ReMAV Paraná é desenvolver um ambiente que proporcione serviços como diagnóstico a distância; transmissão de dados médicos; automação interna hospitalar; implementação de técnicas de inteligência artificial para auxiliar no diagnóstico de especialistas ou mesmo detectar condições adversas, como a ocorrência de infecção hospitalar em qualquer área do hospital. O primeiro alvo do projeto é a conexão dos Hospitais de Clínicas e do Hospital do Cajurú à ReMAV de Curitiba. O professor Betini lembra que a importância do projeto ReMAVs está também na "formação de recursos humanos em tecnologia de ponta, essencial ao desenvolvimento do país", além do "oferecimento de serviços médicos e educação a qualquer camada social, independente da região física em que se encontra, desde que tenha meios de acesso à rede." O site da RNP está dando início a uma série de reportagens para conhecer melhor as aplicações avançadas que estão sendo desenvolvidas pelas ReMAVs em várias capitais do país. A partir da implementação do backbone RNP2 estas serão as primeiras aplicações candidatas a tirarem proveito de uma infra-estrutura de rede nacional de alto desempenho. mais informações: Cyclops: http://www.inf.ufsc.br/cyclops/
[RNP, 04.09.2000] |