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I Mostra Inova CTIC promove o diálogo entre academia e mercado

Evento apresentou os mais recentes estudos e produtos desenvolvidos para o SBTVD


Realizada no dia 4/8, em São Paulo, a I Mostra Inova CTIC reuniu a academia e a indústria de software, receptores de TV e radiodifusão em um debate sobre as novas tecnologias voltadas para a TV Digital. Foram apresentados projetos nas áreas de codificação, transmissão, recepção, acesso, interatividade, middleware, aplicações e serviços. O evento foi organizado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Digitais para Informação e Comunicação (CTIC), organização que fomenta a inovação em Tecnologia da Informação e Comunicação no Brasil. O CTIC é incubado na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), organização responsável pela Internet acadêmica brasileira.

Na abertura da mostra, o assessor especial da Casa Civil e conselheiro do CTIC, André Barbosa, explicou que “criou-se uma cultura de debates em grupo a partir da discussão da TV Digital. Por isso que o CTIC nasceu, para agilizar os projetos de outros institutos de fomento à TV Digital, dando continuidade à pesquisa científica no país”.

Para o professor Marcelo Moreno, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), participante do grupo de pesquisa Ferramentas para Desenvolvimento e Distribuição de Aplicações Declarativas & Framework de Evolução da Tecnologia Ginga (GingaRAP e GingaFrEvo) , “o CTIC tem que repetir a iniciativa, pois é a oportunidade de a academia apresentar os resultados obtidos com suas pesquisas, os protótipos criados. Além disso, o evento reuniu todos os participantes dos grupos de pesquisa fomentados pelo CTIC”.

Ricardo Jacob, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) e integrante do projeto Sistema em Chip para o Terminal de Acesso do Sistema Brasileiro de TV Digital (SoC- SBTVD), acredita que a mostra possibilitou que os grupos fomentados pelo CTIC se encontrassem e compartilhassem suas descobertas. “Agora, a continuidade das pesquisas ainda depende de um apoio do governo”, afirmou.

Segundo o professor Marcelo Knorich Zuffo, da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Rede Temática de Terminal de Acesso (ALTATV), “qualquer iniciativa que aproxime a indústria, a universidade e os centros de pesquisa, é fundamental para a inovação. A apresentação de aplicações e dispositivos prontos para a produção demonstra o amadurecimento da pesquisa no Brasil”.

Os projetos fomentados pelo CTIC

Abrindo as apresentações, o projeto GingaRap e GingaFrEvo tratou da evolução do Ginga, camada de software (middleware) padrão do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), e de ferramentas que apoiam o desenvolvimento de aplicações interativas para a TV Digital. Entre os produtos mostrados pelo grupo de pesquisa está o Clube NCL, uma infraestrutura para distribuição na Internet das aplicações interativas em linguagem NCL.

Em seguida, o Sistema de Recepção com Diversidade e Antenas Inteligentes para TV Digital (SIRDAI) demonstrou os testes que estão possibilitando o desenvolvimento de um sistema integrado aos terminais de acesso que soma os sinais de TV Digital no estágio de recepção. O projeto também está trabalhando na construção de um arranjo de antenas otimizado que coleta os sinais digitais de forma independente. O resultado é o aperfeiçoamento da cobertura do canal digital em locais com baixo nível de sinal e em regiões que possuem obstáculos geográficos que impedem a recepção (regiões de sombra), permitindo o recebimento de um bom sinal sem exigir o reapontamento da antena.

Já o Ferramenta de Coleta de Sinais, Estatística de Acesso, Auxílio à Predição de Cobertura do Sinal Digital Terrestre e Diagnóstico para Instalações de TV Digital como API para Middleware Ginga (STB-SCAN) está criando uma ferramenta mista de coleta de dados, introduzida nos terminais de acesso, que possibilita a análise e o monitoramento remoto de sinais digitais. Assim, os radiodifusores poderão ter um retorno dos sinais que transmitem, além de terem a sua disposição um mapeamento do perfil de usuários de um determinado canal, num dado momento.

O projeto Rede Temática de Terminal de Acesso (ALTATV) apresentou as oportunidades de desenvolvimento de terminais interativo de acesso de baixo custo na América Latina, visto que 59% deste mercado está comprometido com o padrão brasileiro de TV Digital. Os pesquisadores desta rede têm como foco o desenvolvimento de uma arquitetura livre, aberta e escalável para os terminais, de modo a gerar competitividade na produção, possibilitando que estes possam ser difundidos entre as classes de menor poder aquisitivo até 2016, quando será interrompida a transmissão de sinal analógico de TV.

Dando continuidade às discussões sobre terminais de acesso de TV Digital, o Sistema em Chip para o Terminal de Acesso do Sistema Brasileiro de TV Digital (SoC-SBTVD) mostrou o sistema que agrupa, em uma única pastilha de silício, um conjunto de núcleos fundamentais para os receptores de TV Digital, reduzindo as dimensões e os custos destes. Na apresentação, os pesquisadores reiteraram a necessidade de se desenvolver terminais de baixo custo, para que ocorra a transição total para a TV Digital em 2016.

Por fim, o Desenvolvimento de linhas mestras para operação e configuração de sistemas de compressão de vídeo para o SBTVD (H.264-SETUP) mostrou algumas das linhas mestras para a operação e configuração de sistemas de compressão de vídeo, que têm como público-alvo os radiodifusores. A meta do grupo é desenvolver um conjunto de parâmetros que melhorem a qualidade das imagens digitais emitidas pelos difusores usando a menor banda possível e provocando o menor retardo, resultando em uma recepção de alta qualidade de vídeo pelos consumidores finais.

[RNP, 10.08.2010]

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