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Projeto Eela e e-Ciência ganham destaque em eventos no Chile

Pesquisadores e especialistas em TIC discutem rumos da cibernética para a ciência

Em setembro, uma equipe das diretorias de Operações e de Inovação da RNP participou de dois eventos importantes na área das Tecnologias da Informação e Comunicação, no Chile. Nos dias 4 e 5, assistiu à I Conferência Eela (Infra-estrutura compartilhada entre Europa e América Latina), em que Eriko Porto, do Centro de Engenharia e Operações da RNP, fez uma palestra sobre a Rede Clara (Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas). Em seguida, nos dias 6 e 7, os representantes da RNP estiveram presentes ao I Congresso Nacional de e-Ciência, promovido pela Reuna, rede acadêmica chilena.

O projeto de colaboração Eela, com financiamento do programa europeu Information Society Technologies (IST), tem a finalidade de integrar uma infra-estrutura de grade computacional, de forma que aplicações avançadas na área científica possam ser desenvolvidas. Um dos temas discutidos na Conferência Eela foi a possibilidade de cooperação com outros projetos de grade, como o EGEE (União Européia) e o SEE-Grid (Sudeste da Europa). O Chile deu um bom exemplo de cooperação: foi apresentado o projeto CLGrid, no qual universidades compartilham recursos de processamento e desenvolvem aplicações nas áreas de transporte, telecomunicações, planejamento energético, entre outras.

Ainda foram abordados na I Conferência Eela a evolução do projeto, as comunidades e as aplicações de grade e o status da Rede Clara. Em pouco mais de dois anos de funcionamento, a Rede Clara já interconecta 13 países da América Latina, estendendo a estes países a integração na comunidade mundial de redes avançadas.

Congresso Nacional de e-Ciência discute uso de redes avançadas para pesquisa

Já no Congresso Nacional de e-Ciência, ficou evidenciada a necessidade de se disseminar o conhecimento e tornar mais fáceis as investigações científicos, através do uso de redes avançadas de comunicação. Uma prova disso é que países pioneiros em adotar redes ópticas para atender a suas comunidades de educação e pesquisa, como Canadá e Holanda, já estão dando o próximo passo, que consiste em montar seus ambientes para dar suporte a uma nova abordagem de pesquisa científica, conhecida como e-Ciência.

A e-Ciência, também conhecida como ciência dirigida por dados, depende da montagem de grandes acervos de dados de observação e experimento em repositórios digitais, aos quais poderão ser aplicadas técnicas computacionais, tais como mineração de dados e processamento de alto desempenho. A infra-estrutura necessária consiste nos repositórios digitais, nos centros de processamento de alto desempenho e nas redes avançadas. Esta infra-estrutura deve ser compartilhada por pesquisadores de diferentes áreas de estudo.

Segundo Michael Stanton, diretor de Inovação da RNP, que participou do evento, esse caminho deve ser seguido no Brasil. “Se até hoje o foco central da RNP foi ser provedor de boa conectividade às redes de comunicação, no futuro, devemos nos aprofundar mais na infra-estrutura de suporte às aplicações, hoje conhecida como infra-estrutura cibernética (cyberinfrastructure), com a boa articulação entre as redes de comunicação e a infra-estrutura computacional compartilhada”, explica.

O grupo da RNP ainda reuniu-se, em Santiago, com representantes da Rediris (Espanha), do Cern (Europa), do núcleo de operações (NOC) da Clara (México) e da UFRJ (Brasil) para discutir o projeto e a instalação de um sistema para monitorar e notificar incidentes na infra-estrutura de redes do projeto Eela, que envolve 21 instituições européias e latino-americanas.

Saiba mais sobre a I Conferência Eela e sobre o projeto no endereço http://www.eu-eela.org/.

Veja as apresentações do Congresso de e-Ciência em http://e-ciencia.reuna.cl/.

[RNP, 19.09.2006]