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Ministro de C&T lança nova rede multigigabit da RNP

Espetáculo com participação virtual de três estados encanta público da 3ª CNCTI


O ministro Sérgio Rezende, da Ciência e Tecnologia, lançou, na última quinta-feira (17/11), a nova infra-estrutura multigigabit da rede acadêmica operada pela RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa). Segundo o ministro, o governo Lula está investindo R$ 40 milhões na implantação das novas conexões do backbone nacional e na criação de 27 redes ópticas metropolitanas, a serem integradas por este backbone.

Sérgio Rezende e Nelson Simões.

A nova rede foi inaugurada durante a 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), em Brasília. O evento, promovido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), reuniu um público estimado em mais de 2.000 pessoas entre os dias 16 e 18 de novembro. Aproximadamente 250 pessoas assistiram à cerimônia de inauguração da rede, que contou também com a participação do ministro da Educação, Fernando Haddad, do secretário geral da 3ª CNCTI, Carlos Aragão, e do diretor-geral da RNP, Nelson Simões. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, gravou um depoimento sobre a RNP, o qual foi exibido durante a cerimônia.

Um novo ciclo

Nelson Simões fez um breve relato da história da RNP, desde seu surgimento, em 1989, como projeto do CNPq, até os dias atuais, passando pela criação do Programa Interministerial MEC/MCT de Implantação e Manutenção da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, em 1999. O diretor-geral da RNP frisou que este ano está se iniciando um novo ciclo, com a inauguração da rede óptica multigigabit e a renovação do programa interministerial. Em termos tecnológicos, a nova infra-estrutura representa uma mudança de paradigma para as redes acadêmicas. Em termos operacionais, a nova fase do programa interministerial inaugura uma série de novas metas e indicadores que devem melhor refletir a realidade atual e atender as necessidades das comunidades de pesquisa e ensino com maior eficácia.

O ministro Fernando Haddad, da Educação, disse que o convênio firmado com o MCT para a manutenção da RNP é um exemplo de sucesso da colaboração entre os dois ministérios. "Para nós, é de enorme importância o trabalho que a RNP vem fazendo", afirmou, acrescentando que será lançada em breve, com o suporte da RNP, a Universidade Aberta do Brasil, ampliando, por meio do ensino a distância, a capacidade de formação de profissionais de nível superior.

Para o ministro Gilberto Gil, que teve seu primeiro contato com a RNP em 2005, a partir do ciclo de palestras O Silêncio dos Intelectuais, "o casamento entre tecnologia e cultura representará um novo eixo do desenvolvimento nacional". Gil parabenizou a RNP pelo lançamento da nova infra-estrutura, lembrando que "as redes são vitais para que os conteúdos se desenvolvam" e que elas ajudam a "democratizar o acesso ao conteúdo cultural".

Encerrando a série de discursos da cerimônia, o ministro Sérgio Rezende informou que a nova rede da RNP está integrada a uma iniciativa mais ampla do MCT, chamada de Rede-Conhecimento. Esta iniciativa prevê não só a expansão da capacidade física da rede nacional e a formação de redes ópticas metropolitanas, mas também a geração e integração de conteúdo e a ampliação do sistema nacional de computação de alto desempenho. Segundo Rezende, a nova rede "também é parte de um grande projeto de inclusão digital da sociedade brasileira".

Dança e música demonstram alta capacidade da rede

Após os discursos, foi apresentado o espetáculo Versus: performance telemática, criado pelo Grupo de Dança Contemporânea da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia e dirigido pela bailarina Ivani Santana. A novidade é que os dançarinos no palco de Brasília precisavam interagir, em tempo real, com outros dançarinos em Salvador. A música, vinha de João Pessoa.

O espetáculo foi possível graças à transmissão de imagens de alta definição (padrão HDTV) entre os três pontos, o que permitiu demonstrar a alta capacidade da rede. O resultado final, isto é, o show a que se assistia em Brasília, foi filmado e transmitido, ao vivo, para a Internet, a partir da rede da RNP.

Clique para ver mais fotos do espetáculo.

Ivani Santana, que também é pesquisadora em dança com mediação tecnológica, metaforiza, neste espetáculo, a condição do relacionamento humano em um mundo em constante mutação. Ela diz que o importante não é o ponto de chegada nem o de partida, mas sim o caminho, o "entre", em constante transição.

A trilha sonora ficou a cargo do compositor e instrumentista francês Didier Guingue, doutor em música e musicologia do século XX e professor da Universidade Federal da Paraíba. Ele comandou o grupo Log3 na execução das músicas, tocadas em laptops a partir de quatro esquemas musicais. O som e as imagens dos músicos do Log3 (Guingue, Marcílio Onofre e Ticiano Rocha) eram transmitidos simultaneamente para Brasília e Salvador, onde estavam os dançarinos.

A captação e a transmissão das imagens entre os três pontos foram feitas pela equipe do professor Guido Lemos, responsável pelo Grupo de Trabalho em TV Digital da RNP e pelo Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital da UFPB (Lavid). Entre Brasília e Salvador, foram usadas câmeras HDTV para a geração de imagens de alta definição.

Sobre a rede

A RNP integra todos os 26 estados do Brasil e o Distrito Federal por meio de uma rede de alto desempenho, criada para dar suporte à pesquisa avançada e à educação brasileira. Interligada a outras iniciativas similares no mundo, a nova rede eleva a capacidade de comunicação entre os nós do backbone para até 10 gigabits por segundo (quase 40.000 vezes mais rápida do que uma conexão doméstica de 256 Kbps). Este ano, foram atualizados os enlaces entre dez unidades da federação: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília, a 10 Gbps; e Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Pernambuco e Ceará, a 2,5 Gbps. Os demais estados estão conectados por links de até 34 Mbps. A previsão é de que todos estejam operando a gigabit até 2007.

Os novos enlaces da rede foram configurados sobre o que há de mais moderno: a tecnologia óptica. Com isso, a rede acadêmica brasileira equipara-se às principais redes avançadas do mundo, como Internet2 (EUA), Géant2 (Europa) e CaNet*3 (Canadá). A tecnologia óptica ainda possibilita rápida evolução para novos patamares de velocidade a um custo relativamente baixo.

Através da nova rede, instituições federais de ensino superior, unidades de pesquisa federais, agências dos ministérios da Educação (MEC) e da Ciência e Tecnologia (MCT) e outras instituições de ensino e pesquisa comunicam-se entre si e têm acesso à Internet. Seu backbone interliga cerca de 240 instituições e atende a mais de um milhão de usuários em todos os estados do Brasil. Esta infra-estrutura dá suporte a projetos nacionais de pesquisa científica e inovação nas mais diversas áreas, tais como biotecnologia, genômica, astronomia, física de altas energias, climatologia, ciências da saúde etc.

Inclusão digital

Ainda na quinta-feira, Nelson Simões foi relator da sessão paralela sobre inclusão digital. Na ocasião, disse ser favorável à implantação de pelo menos uma conexão de banda larga em cada escola brasileira de ensino médio e fundamental. Segundo o diretor-geral da RNP, a ordem de grandeza do investimento necessário, cerca de 2 bilhões, é perfeitamente adequada aos recursos disponíveis no Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). No entanto, a comunidade ainda não chegou a um consenso sobre o uso dos recursos do fundo.

A 3ª CNCTI tinha como objetivo demonstrar como a ciência, a tecnologia e a inovação produzidas no Brasil podem ser a base de uma estratégia para promover o desenvolvimento político, econômico, social e cultural do País. Os principais temas do evento foram a geração de riqueza; a inclusão social; as áreas de interesse nacional (defesa, fronteiras, Amazônia, recursos naturais e energia); a cooperação internacional; e a gestão e a regulamentação em ciência, tecnologia e inovação.

[RNP, 21.11.2005]

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Imagens do espetáculo que marcou o lançamento da nova rede


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