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ReMAVs apresentam seus projetos no II Workshop RNP2

Aplicações vão se beneficiar do novo backbone


A organização do II Workshop RNP2 reservou um espaço de destaque para a apresentação dos trabalhos em andamento nas Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (ReMAVs). Um Comitê de Revisão foi constituído e selecionou previamente 26 trabalhos dentre 41 submetidos. Os trabalhos selecionados pelo Comitê foram divulgados em sessões plenárias no auditório e na forma de posters instalados no hall da reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No primeiro dia do evento, os coordenadores de todos os 14 consórcios apresentaram um painel geral dos projetos de suas equipes. O conjunto dessas apresentações faz parte da primeira geração de aplicações nacionais a se beneficiar diretamente do novo backbone RNP2. São projetos que estão sendo desenvolvidos justamente para explorar a nova tecnologia da infra-estrutura de acesso à Internet para ensino e pesquisa no Brasil, com uso intensivo de recursos multimídia e interação online.

As 14 ReMAVs são constituídas, em média, por 5 instituições. Considerando que cada uma delas promove um projeto específico, a conta chegaria a cerca de 70 projetos em desenvolvimento atualmente nos consórcios. Na realidade, esse número é bem maior pois a estimativa acima é tímida. Ela não considera que muitas das instituições consorciadas estão empenhadas no desenvolvimento de mais de um projeto. Além disso, alguns coordenadores de ReMAVs anunciaram, em Belo Horizonte, que já contam com a participação de novos parceiros enquanto outros revelaram que estão negociando novas parcerias, o que significa novas frentes de trabalho sendo agregadas ao consórcio. Outro fato que faz crer na consistência do surgimento no país de aplicações de nova geração para a Internet é a migração de pesquisadores e técnicos das ReMAVs para empresas privadas. Eles levam para o mercado o conhecimento adquirido nos laboratórios dos consórcios, significando a potencial disseminação de novos serviços.

Novo backbone garante qualidade de serviço

Um conjunto de projetos é unanimidade em todos os consórcios. Como a infra-estrutura do novo backbone está utilizando a tecnologia ATM como meio de transporte dos pacotes IP, é preciso conhecer e dominar os aspectos de operação e monitoramento dessa rede, além de experimentar ferramentas já existentes, ou mesmo desenvolver novas, para as tarefas rotineiras de gerenciamento. Incluídos neste conjunto de projetos básicos estão os de uso do novo protocolo IPv6 e, ainda, os de implantação de Quality of Service (QoS), estes últimos citados pelos coordenadores das ReMAVs de Porto Alegre, Santa Catarina, Paraná, Salvador, Fortaleza e Rio de Janeiro.

A possibilidade de uso de QoS é um dos maiores diferenciais do novo backbone. A tecnologia atual de serviços de rede não permite a atribuição de prioridades diferenciadas, eventualmente com garantia de banda, para fluxos individuais dentre os diversos pacotes de informação que compõe o tráfego. Não é possível identificar, separar e criar níveis de prioridade para gerenciar o fluxo de dados. Pacotes de e-mail, de ftp, de web e de telnet, contendo arquivos texto, áudio, imagem, executáveis, scripts etc. são identificados pelos roteadores mas trafegam sem qualquer tipo de gerenciamento que considere níveis de prioridade para garantir qualidade a determinado serviço ou aplicação. Quando pensamos, por exemplo, em uma aplicação para manipulação remota de microscópios eletrônicos, precisamos garantir a disponibilidade, em meio ao tráfego da rede, de largura de banda suficiente para que a aplicação não seja interrompida. A hipótese de transmissão em tempo real de uma cirurgia com participação remota de um especialista dá o tom crítico dessa necessidade. Qualquer interrupção, falha ou demora na transmissão das imagens pode inviabilizar a participação remota do especialista e comprometer o sucesso da cirurgia, até mesmo com risco para a saúde do paciente. O backbone RNP2 vai permitir a oferta de serviços com qualidade assegurada de serviço (QoS). Ao falar em qualidade da nova rede, isso significa diferenciação ativa de pacotes para estabelecimento de parâmetros que garantam a qualidade dos serviços.

Projetos desenvolvidos pelas ReMAVs

Além dos projetos básicos de gerenciamento de redes, há uma coleção de trabalhos que podem ser classificados por áreas temáticas. Nesse conjunto, cada ReMAV está desenvolvendo projetos que refletem o perfil das instituições consorciadas.

A área de Educação a Distância, por exemplo, concentra um grande número de projetos. Neles, é dada ênfase à utilização da rede como ambiente para oferta de cursos com uso de recursos multimídia. O software Aulanet, desenvolvido pela PUC-RJ está sendo utilizado como base para desenvolvimento de projetos em diversas ReMAVs. Este programa é um ambiente para oferta de cursos online com suporte a conteúdos multimídia.

A área de Sistemas de Informação Geográfica (GIS) está sendo contemplada por projetos em Salvador, Recife, Goiânia, Brasília e Belo Horizonte. Dentre eles, podemos destacar os projetos de Salvador e Recife. Independente das características próprias, o objetivo comum de ambos é disponibilizar um sistema único de mapeamento geo-referenciado das regiões metropolitanas para um melhor planejamento do uso do espaço público. A idéia é que todas as concessionárias e entidades de serviços públicos passem a trabalhar em rede com as mesmas referências cartográficas a partir de uma planta única para a cidade e, além disso, responsabilizem-se pelas atualizações de dados em seus respectivos níveis de atuação e interesse.

Em Telemedicina há projetos de disponibilização de bancos de imagens médicas em Santa Catarina, São Paulo e Paraná que obedecem ao padrão mundial DICOM. Salvador está desenvolvendo um banco de dados e imagens de Patologias Tropicais, de interesse mundial. Em Recife, a ReMAV já tem em vista uma aplicação comercial cujo objetivo é integrar ao projeto um hotel que está sendo construído na cidade, segundo pólo médico do país, permitindo até mesmo o atendimento remoto do paciente que permaneceria "hospedado" no hotel.

Estão pulverizados em diversas ReMAVs projetos de aplicações para videoconferência e transmissões em protocolo multicast. Natal está preparando o acesso digital ao acervo da TV Universitária da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). São 1.400 fitas produzidas ao longo de 27 anos, contendo programas de cunho educativo, cultural e de utilidade pública. Além da transmissão ao vivo da programação da TVU e de aplicativos para download de vídeos sob demanda.

O site do II Workshop RNP2 estará sendo atualizado com arquivos de todas as apresentações feitas em Belo Horizonte. O boletim NewsGeneration estará dedicando uma edição especial, em julho, ao II Workshop RNP2, com a publicação dos 12 artigos que foram apresentados em plenária durante o evento.

[RNP, 09.06.2000]

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