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II Workshop RNP2 lotou auditório da Reitoria da UFMG

Lançamento do novo backbone e debate sobre o futuro das ReMAVs foram os destaques


Balanço, interação e perspectivas. Essas foram as palavras-chave do II Workshop RNP2, realizado nos dias 23 e 24 de maio no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Coordenadores de todos os 14 consórcios de Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (ReMAVs) estiveram presentes e apresentaram os resultados dos trabalhos que suas esquipes têm desenvolvido. Durante o evento, o ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Mota Sardenberg, lançou oficialmente o novo backbone RNP2, cujo cronograma de implantação prevê a entrada em operação parcial já no início de junho e operação plena em 90 dias. Os 180 inscritos no evento assistiram, também, à palestra da diretora de Relações Internacionais e Governamentais para Internet, Heather Boyles, que falou sobre formas de cooperação entre os parceiros internacionais do Internet2. Além desta, palestras de representantes de empresas nacionais e estrangeiras fizeram parte da programação do Workshop. Dois painéis enriqueceram o quadro das perspectivas discutidas em Belo Horizonte, abrindo espaço para a análise do futuro das ReMAVs e da participação do Brasil no projeto norte-americano Internet2.

ReMAVs apresentaram projetos

O primeiro dia do II Workshop concentrou-se em apresentações, pelos respectivos coordenadores, sobre o andamento dos projetos das ReMAVs. Os relatos permitiram a observação de diversos aspectos positivos da experiência acumulada desde 1998. A Universidade Federal de Santa Catarina, por exemplo, promoveu um edital interno que aprovou, no ano passado, 17 novos projetos para desenvolvimento utilizando a infra-estrutura da ReMAV local. Neste e noutros consórcios, novas instituições já se integraram aos trabalhos enquanto, em algumas outras ReMAVs, novas parcerias estão sendo negociadas, somando recursos e fortalecendo a iniciativa.

Ao longo do dia, a platéia viu nas apresentações uma série de aplicações, muitas das quais já com resultados parciais, que começarão a tirar proveito real do backbone nacional RNP2. Além da área técnica de gerenciamento de redes, diversas áreas temáticas estão sendo contempladas com aplicações avançadas nos projetos das ReMAVs. Em Recife e em Salvador há projetos de disponibilização de um sistema único de mapeamento geo-referenciado das regiões metropolitanas para um melhor planejamento do uso do espaço público. Há diversos projetos de video-conferência para suporte a trabalho colaborativo. A área de educação a distância também concentra grande número de aplicações em desenvolvimento. Há projetos de grande valor cultural, como o de digitalização e disponibilização em rede do acervo da TV Universitária da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). São 1.400 fitas produzidas ao longo de 27 anos, contendo programas de cunho educativo, cultural e de utilidade pública. O Banco de Patologias Tropicais, da ReMAV de Salvador, é um projeto de interesse internacional na área de telemedicina. Seu objetivo é disponibilizar um banco de imagens e informações sobre patologias tropicais.

Um outro aspecto positivo tem, contudo, dificultado a vida de algumas ReMAVs. A formação de recursos humanos altamente capacitados tem estimulado o interesse da iniciativa privada e, em algumas cidades, os técnicos bolsistas têm sido absorvidos imediatamente pelo mercado. Ao mesmo tempo que permite a difusão de novas tecnologias para uso da sociedade através da oferta de novos produtos e serviços por empresas, esse movimento vem desfalcando as equipes, pois não há recursos suficientes para competir com as ofertas privadas.

Como aspectos ainda a serem melhorados estão os relacionados com a baixa frequência de interação entre os grupos de pesquisa e dificuldades enfrentadas em diversas cidades como resultado do processo de reestruturação das operadoras de telecomunicações, que ocorreu em paralelo à constituição das redes metropolitanas.

Perspectivas para o futuro

Além da divulgação dos trabalhos, as perspectivas futuras mobilizaram a atenção de todos. O edital que permitiu a criação das ReMAVs estabelece um prazo para o fim do projeto. Para os coordenadores, a principal preocupação ao término desse prazo está ligada à obtenção de novos recursos para financiar o trabalho dos bolsistas. Todos se declararam interessados em analisar e discutir a institucionalização de suas ReMAVs como forma de obter recursos adicionais, mas ainda há indefinições quanto à viabilidade dessa solução a curto prazo. Alguns coordenadores declararam que os resultados obtidos ainda não são suficientes para atrair o interesse da iniciativa privada e entendem que é preciso um maior amadurecimento dos trabalhos.

O coordenador da RNP, José Luiz Ribeiro, acenou com uma alternativa que pode estar próxima de ser concretizada. Estão em andamento negociações entre o CNPq e a National Science Foundation (NSF) para o lançamento de um edital conjunto para submissão de projetos que integrem as instituições de ensino e pesquisa norte-americanas e brasileiras. O objetivo dessa ação é operacionalizar o acordo de participação do Brasil no projeto Internet2, assinado no fim de março entre a RNP e a UCAID.

Uma outra novidade anunciada por José Luiz Ribeiro durante o II Workshop RNP2 é uma proposta de estruturação de um Comitê Científico e Estratégico. Ele seria formado por membros da comunidade científica com o fim de subsidiar o Comitê Gestor do Programa Interministerial de Implantação e Manutenção da Rede Nacional para Ensino e Pesquisa firmado entre o MCT e o Ministério da Educação (MEC) em outubro do ano passado.

O II Workshop RNP2 foi promovido pelo MCT e organizado em conjunto pela RNP, pelo Programa Temático Multiinstitucional em Ciência da Computação (ProTeM-CC) do CNPq e pelo Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG). A realização coube à RNP, que contou com o patrocínio da ImpSat, Marconi Communications, Embratel e Cisco Systems.

[RNP, 30.05.2000]

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